Beatrice Teizen   |   27/04/2020 13:30
Atualizada em 27/04/2020 13:31

Argentina corre riscos com restrição aérea, alertam entidades

A Alta acaba de enviar um comunicado ao mercado fazendo uma chamada urgente às autoridades argentinas


Reprodução/YouTube
Aeroparque, em Buenos Aires, é um dos principais aeroportos argentinos
Aeroparque, em Buenos Aires, é um dos principais aeroportos argentinos

O setor de Viagens e Turismo da Argentina está em risco. O Conselho Internacional dos Aeroportos - América Latina (ACI-ALC), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA) e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) assinam um um comunicado ao mercado por meio do qual fazem uma chamada urgente às autoridades argentinas em relação à resolução 144/2020, que restringe a operação aérea no país até 1º de setembro.

Segundo as entidades, a medida coloca em risco o setor de Viagens e Turismo na Argentina. Confira a seguir a carta na íntegra.

"O Conselho Internacional dos Aeroportos - América Latina (ACI-ALC), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA) e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) fazem uma chamada urgente às autoridades argentinas sobre o risco iminente e substancial que representa a Resolução 144/2020 (Autorização de Transporte de Passageiros), que restringe a operação da aviação no país até 1 de setembro de 2020.

Esta decisão afeta diretamente todo o setor aéreo da Argentina e da região, companhias aéreas nacionais e internacionais, negócios, comércio, turismo e setores relacionados do país. O risco de sobrevivência que as companhias aéreas enfrentarão sob esta resolução ameaça milhares de empregos no país, a conectividade da Argentina com o mundo, bem como a conectividade interna, vital para o transporte de suprimentos essenciais e o bem-estar econômico e social do país.

Da mesma forma, os aeroportos argentinos enfrentarão uma situação séria, pois devem continuar operando com seus respectivos custos operacionais para atender a carga aérea e voos humanitários, mas sem voos comerciais de passageiros, cuja atividade representa mais de 80% de sua receita.

Entendemos a complexa situação pela qual nossos governantes estão passando, cuja prioridade número um é e será garantir a saúde e a segurança da população diante de qualquer adversidade. Também entendemos o princípio de soberania de cada governo. Entretanto, é nossa responsabilidade expressar a profunda preocupação gerada pela resolução referenciada, que não foi compartilhada ou acordada com a indústria e, além disso, contraria os esforços de todos os atores do setor em propor e implementar um plano para a reativação responsável e segura que restabelece atividades comerciais e um serviço essencial para a população.

Sob a coordenação regional e global da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI), o setor de companhias aéreas está desenvolvendo um plano de recuperação de tráfego aéreo de acordo com os mais rigorosos padrões e requisitos de saúde e segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS). Será um prazer fornecer às autoridades relevantes atualizações constantes sobre o andamento dessas conversas e oferecer todo o nosso suporte, quando necessário.

A Argentina precisa de transporte aéreo para a comunicação, transporte e operação oportuna de inúmeras atividades econômicas. Somente o setor de viagens e turismo contribui com 10% para o PIB do país e gera 9,4% dos empregos no país, com quase 2 milhões de fontes de emprego, de acordo com estudos do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). É um setor fundamental para o bem-estar da população.

Cada trabalho na aviação gera quatro empregos adicionais em setores relacionados. É um motor importante para a economia dos países da região e, sem dúvida, um setor que impulsionará a recuperação econômica uma vez
superada a emergência sanitária.

Estamos diante de um cenário altamente complexo, no qual cerca de 50% dos custos fixos das companhias aéreas permanecem intactos e também não recebem receita no momento. Infelizmente, muitas empresas do setor não conseguirão sobreviver se esta resolução for implementada conforme o planejado. Em nome das empresas do setor, reiteramos nosso apelo ao diálogo oportuno e à tomada de decisão articulada, diligente e eficiente para o bem-estar da população."

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