Beatrice Teizen   |   17/08/2023 07:30
Atualizada em 17/08/2023 12:31

Virgin Atlantic busca por GSA e prepara seu lançamento no Brasil

Início dos voos diários e diretos entre São Paulo e Londres está marcado para 13 de maio de 2024


PANROTAS / Emerson Souza
Justin Bell é o country manager da Virgin Atlantic para o Brasil
Justin Bell é o country manager da Virgin Atlantic para o Brasil

Em maio de 2024 a Virgin Atlantic estreia no Brasil com voos diários e diretos entre São Paulo e Londres, em um Boeing 787-9, conectando o Aeroporto de Guarulhos ao terminal de Heathrow. A operação é bastante aguardada pelo trade brasileiro, já que a companhia aérea britânica teve seus planos de iniciar a rota em 2020 frustrados pela covid-19. À época, uma equipe de executivos de vendas foi criada, com profissionais vindos de outras transportadoras, como Delta, Gol e Turkish.

Três anos depois, com a retomada quase que plena do setor de viagens e Turismo, chegou a hora da empresa anunciar novamente seu lançamento no País, com escritório, time próprio, parceiros – adianta-se que o codeshare com a Latam está mantido – e, principalmente, o uso de General Sales Agent (GSA) como representante de vendas da aérea no Brasil. À frente da divisão brasileira está o country manager Justin Bell, que está nessa semana por aqui para fechar alguns detalhes e concedeu entrevista exclusiva ao Portal PANROTAS.

“Há 34 anos na Virgin Atlantic, estive nos últimos dez como country manager na Nigéria. Estou muito animado de entrar em um novo mercado, é uma oportunidade enorme para o nosso negócio ingressar em uma região em que a marca Virgin ainda não tem presença. E não é incomum uma área chegar e depois outras virem. Então, isso é empolgante. Será ótimo estabelecer um novo mercado para a companhia”, conta Bell.

Parceiros no Brasil

O codehsare com a Latam “absolutamente continua”, como diz Bell. De acordo com o country manager, é um passo muito importante para a Virgin Atlantic e essencial quando a companhia aérea retomou os planos de voltar ao Brasil.

“A relação com a Latam nos dá uma conectividade importante para além de São Paulo. Olhamos São Paulo como um portão de entrada para o Brasil, mas, com o codeshare, acessamos outros 12 destinos dentro do País. Não temos dúvidas que não é só sobre SP-Londres, é além disso. E temos certeza de que nossa proposta suporta isso”, afirma.

Também em 2020 – mais precisamente no final de 2019 –, em entrevista à reportagem, a companhia aérea falou sobre a importância do papel dos consolidadores e das agências de viagens na distribuição de seu produto. O mesmo foco continua na vinda oficial no ano que vem.

“Nosso sucesso prospera na parceria e globalmente trabalhamos com parceiros, eles contribuem enormemente para nosso êxito. Antes da covid, estávamos muito perto de lançar, tínhamos nos aproximado muito de vários consolidadores e agências. E isso não mudou. Um dos motivos pelos quais estamos no Brasil nesta semana é para encontrar nosso GSA local e também engajar com profissionais que estávamos trabalhando anteriormente. Já identificamos os parceiros chave e estamos literalmente trabalhando para ver como executar esses planos”, explica Bell.

PANROTAS / Emerson Souza
Simon Hawkins e Justin Bell, da Virgin Atlantic, em visita ao Brasil
Simon Hawkins e Justin Bell, da Virgin Atlantic, em visita ao Brasil

O country manager pontua que uma grande parte do negócio da Virgin no Brasil vem do trade, por isso, é preciso estar engajado com os parceiros certos. Nesta semana, juntamente com o head para as Américas da companhia, Simon Hawkins, que também está no País, Bell se encontrará com três potenciais GSAs para fechar negócio até o fim do mês.

Nova equipe de vendas

É com o GSA, inclusive, que a área trabalhará para criar sua equipe local. Será um time predominantemente focado em vendas, com um gerente de vendas sênior, além de gerentes de conta que trabalharão no relacionamento com o mercado. Haverá também um time de sales report e um focado em marketing e finanças.

“Serão cerca de dez pessoas totalmente dedicadas à Virgin no Brasil. Nosso escritório será um hub da Virgin para as equipes trabalharem em conjunto e darem suporte a todo nosso negócio. Não descartamos a ideia de chamar alguém que estava no time antes da pandemia. Tínhamos um grupo excelente, foi difícil ter de nos despedir. Sei que as pessoas seguiram em frente, mas, se quiserem voltar, ficaremos muito felizes. Ter as pessoas certas faz toda a diferença, pois procuramos por um mindset alinhado aos nossos negócios”, revela Justin Bell.

Serviço premium

Quando a vinda da empresa britânica foi anunciada há três anos, uma de suas principais promessas foi a de entregar uma experiência de bordo nunca vista antes em uma rota entre São Paulo e Londres. Segundo o executivo, o comprometimento continua e isso se dá, principalmente, pela cultura baseada em pessoas que a aérea tem.

“Temos um serviço de bordo premiado e temos muito orgulho do que oferecemos em cada cabine. E, para nós, o segredo do sucesso são as pessoas. Como uma companhia focada em pessoas temos trazido, com sucesso, as pessoas certas. Temos uma tripulação que realmente se importa em cuidar dos passageiros. Além disso, temos um ótimo wi-fi e customizamos o serviço de acordo com o mercado”, explica Bell.

PANROTAS / Da Redação
Cabine executiva da Virgin Atlantic
Cabine executiva da Virgin Atlantic

O country manager conta que em cada voo operado no Brasil haverá sempre comissários falando português. Além disso as refeições, assim como o entretenimento a bordo, também estarão adaptados para o viajante brasileiro.

“Nas refeições, teremos um mix de internacional com pratos que façam sentido para o mercado brasileiro. As pessoas atualmente querem um serviço personalizado e fazemos nosso melhor para entregar isso.”

Perspectivas para um possível stopover?

A Virgin Atlantic voa atualmente para 31 destinos ao redor do mundo. Com o Brasil – América do Sul, portanto –, será um novo continente para a transportadora. Segundo Bell, algumas cidades terão mais apelo para o mercado brasileiro, que poderá fazer a conexão por meio do novo voo, com parada em Londres: Tel Aviv, em Israel, e Deli e Mumbai, na Índia.

“Estas serão boas conectividades entre tech hubs, como é São Paulo. Mas voamos para muitos outros lugares, como África, Oriente Médio, China, além de servirmos os Estados Unidos e Caribe, que podem não ser o caminho óbvio para o brasileiro, mas temos essas opções.”

Sobre um possível stopover para o viajante passar um dia ou mais em Londres, Justin Bell diz que a possibilidade ainda não foi pensada, mas não descarta, uma vez que a prática é muito popular entre o passageiro do Brasil.

“Ainda estamos criando as estratégias e fazendo as decisões, mas sabemos que o stopover é importante e que alguns concorrentes oferecem. Queremos entregar uma proposta competitiva em muitos níveis e entendemos que vai além de tarifa, horário e serviços. Reconhecemos que muitas pessoas voam para o Reino Unido por outras cidades quando há outras opções, então vamos olhar para tudo isso”, conta.

Recuperação judicial em 2020 e boas projeções para 2024

Há três anos, a companhia aérea do Reino Unido decretou falência como forma de se proteger da pandemia. A crise foi devastadora não só para a transportadora britânica, mas para a aviação como um todo e o setor de Turismo em geral. Neste processo, a Virgin montou um plano de recuperação que visava a lucratividade em 2024.

“Redesenhamos nosso negócio para sermos capazes de lidar com um novo normal. E, como resultado, estamos no caminho. Sabemos que nosso plano está funcionando. Esse ano é sobre executar o planejado, provar que funcionou. Estamos muito satisfeitos e, de fato, estamos ultrapassando o que elaboramos. Tudo indica que nos tornaremos lucrativos no ano que vem”, finaliza Bell.

Tópicos relacionados