Artur Luiz Andrade   |   09/04/2013 15:09

Líderes defendem espaço para venda intermediada

O chairman da Travel Leaders Group, dos Estados Unidos, Mike Batt, e o CEO da Orbitz Worldwide, Barney Harford, defenderam a intermediação da venda de viagens como uma das melhores alternativas para o acesso aos produtos da indústria.

ABU DHABI – No final do primeiro dia do Global Summit do WTTC, em Abu Dhabi, Emirados Árabes, logo após a fala do ex-presidente americano Bill Clinton, o evento reeditou o “2 Minutes Challenge”, lançado no ano passado. Onze líderes de diversas partes do mundo e de diversos segmentos do turismo foram convidados a dizer, em dois minutos, o que acham que precisa acontecer para o turismo mundial melhorar.

O chairman da Travel Leaders Group, dos Estados Unidos, Mike Batt, e o CEO da Orbitz Worldwide, Barney Harford, defenderam a intermediação da venda de viagens como uma das melhores alternativas para o acesso aos produtos da indústria.
Ex-presidente do Carlson Leisure Group (CLG) e membro do board da CWT, Batt hoje lidera uma rede de mais de seis mil agências (próprias ou franquias), com vendas de US$ 18 bilhões por ano.

Além de uma parceria com um fundo do JP Morgan Chase, para transformar as agências CLG em uma rede independente, Batt comandou a compra de outras redes de agências, como a Nexion, com três mil agentes que trabalham em casa, a Vacation.com, maior vendedora de lazer dos EUA, e a Protravel International, de turismo de luxo.

Para ele, a venda intermediada tem de estar focada em qualidade. “Vamos parar de vender o último assento, o último minuto... Muitas vezes abaixo do custo. Temos de vender qualidade. As experiências que podemos proporcionar a nossos passageiros não podem ser vendidas abaixo do custo, não podem estar focadas em preço”, disse em seus dois minutos, e ainda rebatendo as previsões dos futurólogos de que a intermediação de viagens iria acabar. “Temos US$ 18 bilhões em vendas... E crescendo”.

Barney Harford, CEO da Orbitz, uma das líderes em vendas de viagens on-line, também bateu na tecla da multicanalidade e da importância de todos os canais. No Brasil, no processo de demonização cega das OTAs, muitos não se dão conta de que elas também são agências de viagens e intermediárias. Se no discurso de alguns os fornecedores em geral não querem a venda via agências, pode-se dizer o mesmo das OTAs. Quem não quer vender diretamente seu próprio produto? A realidade, porém, é diferente. Mas o Orbitz tem sentido a pressão, pelo que Harford transmitiu.

“A Ralph Lauren tem lojas próprias e também vende seus produtos em lojas de departamento. Mas não vemos a grife sair por aí e dizer que é melhor comprar direto ou tentando desclassificar as redes de lojas. O mesmo com a Apple. Claro que ela gostaria de vender toda sua produção diretamente. Mas não vemos a Apple desclassificando outros canais de venda. Defendo a coexistência de todos os canais, diretos e indiretos”, argumentou.


*Fonte: O Portal PANROTAS viaja a convite do WTTC, Tap, Etihad e com proteção GTA

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