Artur Luiz Andrade   |   26/06/2015 12:04

Amadeus contesta taxa da Lufthansa de emissão em GDS

O presidente e CEO da Amadeus, Luis Maroto, durante a Reunião Geral de Acionistas da empresa, em Madri, foi bastante claro sobre o que acha da taxa de 16 euros por reservas via GDS que a Lufthansa pretende implementar em setembro deste ano.

O presidente e CEO da Amadeus, Luis Maroto, durante a Reunião Geral de Acionistas da empresa, em Madri, foi bastante claro sobre o que acha da taxa de 16 euros por reservas via GDS que a Lufthansa pretende implementar em setembro deste ano. “Respeitamos as decisões comerciais das empresas aéreas, mas essa imposição da Lufthansa irá penalizar os viajantes, que terão menos transparência em suas buscas por voos”, afirmou.

“A Amadeus não concorda com o cálculo da Lufthansa para chegar a essa taxa de 16 euros (alegando custos maiores na venda indireta), pois é sabido na indústria que a quantidade de investimento necessário em publicidade para atrair o consumidor ao site de uma empresa aérea é de cerca de 15 euros por reserva”, continuou o presidente da Amadeus.

Segundo Luis Maroto, as taxas do GDS representam 2% do preço final do bilhete e o sistema proporciona às empresas aéreas um yield 40% maior que qualquer outro canal, incluindo o direto, porque os viajantes de negócios, que pagam as tarifas mais altas, reservam seus voos via TMCs, que são usuárias dos GDSs. Ele lembrou, claro, que os GDSs foram uma criação das aéreas, para terceirizar o grande investimento necessário para desenvolver sistemas de distribuição de massa, acrescentando que o mesmo modelo foi usado quando as empresas aéreas “também confiaram na Amadeus para uma segunda etapa de inovação tecnológica de extrema importância, os sistemas de serviços de passageiros (PSS em inglês)”.

“Há pouco espaço para se duvidar da eficiência dos serviços que prestamos às aéreas”, afirmou Maroto, que ainda disse que as companhias de aviação estão agora lidando com viajantes mais exigentes que nunca, “procurando uma experiência mais personalizada e serviços integrados”. “A taxa extra da Lufthansa vai para o caminho oposto”, concluiu sobre o tema.

OUTROS TEMAS
Luis Maroto também comentou os bons resultados do último ano fiscal, com crescimento das reservas aéreas acima da indústria e assinaturas de contratos históricos, como com a Southwest, Swiss, Vistara e Thomas Cook. Ele ainda citou a compra das empresas Air IT e Ufis, no segmento de tecnologia para aeroportos, e os acordos com o IHG e a Bene Rail, para “desenvolver novas plataformas de distribuição de conteúdo e gerenciamento de clientes”.

Confira outras frases de Luis Maroto em seu encontro com a imprensa durante a Reunião de Acionistas da Amadeus, em Madri.

“Em 2014, processamos 526 milhões de reservas, 4,6% mais que no ano anterior e as reservas aéreas feitas por agências de viagens cresceram 5,2%, mais que os 3,2% da indústria”.

“Assim, nosso market-share subiu para 41%”.

“Em nossa área de soluções de tecnologia, atingimos a marca de 695 milhões de passageiros embarcados, 13% mais que em 2013”.

“Nossa meta é chegar perto do bilhão de passageiros embarcados em 2017”.

“Com a nova taxa imposta pela Lufthansa, os consumidores vão acabar pagando mais pelo mesmo serviço, pois será mais difícil comparar preços”.

“Um quarto do tráfego dos sites das companhias aéreas vem do redirecionamento de OTAs e metabuscadores, ambos usuários dos GDSs”.
“Temos acordos para distribuir conteúdo de mais de 430 empresas aéreas, sem exceções ou sobretaxas”.

Leia na íntegra, em inglês, o posicionamento de Luis Maroto.

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