Artur Luiz Andrade   |   02/07/2013 02:00

Ethiopian chega com escala mas quer SP non stop

Membro da Star Alliance, 100% estatal, mas com administração empresarial, dona de uma frota de 58 aeronaves, incluindo quatro 787 Dreamliners, da Boeing, a Ethiopian estreia no Brasil

Membro da Star Alliance, 100% estatal, mas com administração empresarial, dona de uma frota de 58 aeronaves, incluindo quatro 787 Dreamliners, da Boeing (o quinta chega em 18 de julho e há mais cinco pedidos e três leasings a caminho), a Ethiopian Airlines (WWW.flyethiopian.com), acaba de chegar ao Brasil, com três voos semanais fazendo a ligação Adis Abeba, capital da Etiópia, Lome, no Togo, Rio de Janeiro e São Paulo. A operação é com o Dreamliner, com duas classes, executiva e econômica.

O CEO da empresa, Tewolde Gebremariam, que chegou no voo inaugural, na noite desta segunda-feira, 1º de junho, comemorou a chegada à América do Sul sendo a primeira companhia a usar o 787 no Brasil regularmente, e já anunciou seus planos: um voo diários e ligação direta entre Adis Abeba e São Paulo., em voo que levaria cerca de dez horas e meia. A continuação da perna para o Rio de Janeiro vai depender da resposta do mercado, seja ele de negócios (o petróleo é a estrela nesse caso) ou lazer (com foco na cultura etíope mas também nas conexões para outros destinos).

“Quando tivermos o voo direto para São Paulo teremos as ligações mas rápidas entre o Brasil e a China e a Índia”, disse o CEO, deixando claro que o além-Adis Abeba também é prioridade. Tanto a capital quanto Lome são hubs da Ethiopian. No caso de Adis Abeba, que está no Nordeste africano (no chamado Chifre do continente), as ligações para o Oriente, a Europa, o Oriente Médio (para Dubai é um voo bem curto) e destinos como Seychelles são destaque. A partir de Lome a Ethiopian chega rapidamente a toda a África, com destaque para a costa oeste. Em Lome, a Ethiopian tem contrato de cinco anos para gerir a empresa Asky, da qual é fundadora e dona de 40% das ações.

AVIAREPS
Toda a parte de vendas, RP e marketing da Ethiopian no Brasil está com a Aviareps, dirigida por Klaus Becker, ex-Emirates. A parte de aeroporto, ainda se encontrando e entrando em sintonia com a Infraero ou o consórcio de GRU, é contratada diretamente pela Ethiopian.

Veja alguns detalhes da operação.

RESERVAS – A Ethiopian chegou ao Brasil mas ainda não venceu a burocracia da Iata e por isso ainda não está no BSP. A venda é via o escritório da Aviareps (WWW.aviareps.com), em São Paulo, via consolidadores, que já têm acesso ao sistema da Ethiopian, via Hahn Air e ainda via internet. Mas a promessa é estar em breve no BSP.

VISTO – Quem está em trânsito em Lome ou Adis Abeba não precisa de visto ou de comprovante de vacinação contra a febre amarela. Quem fica em Adis Abeba pode tirar o visto na hora (por US$ 20) e necessita da vacina, que vale por dez anos. Para Lome, o visto tem de ser tirado com antecedência, e também há a exigência da vacina.

DURAÇÃO – O voo de Adis Abeba para Lome leva quatro horas e meia. Uá uma parada de cerca de uma hora e são mais oito horas até o Rio. Depois 40 minutos para São Paulo e a volta é direta para Lome.

QUANDO – Atualmente os voos saem às segundas, quartas e sextas-feiras e a parada no Rio serviu também para que a empresa pegasse um slot no final da noite em São Paulo (o avião chega em GRU às 23h). A meta é ter voo diário e direto entre São Paulo e Adis Abeba.

A ETIÓPIA – Considerada um dos berços da humanidade, sua história é muito rica, pois o país se manteve independente enquanto outros do continente sofriam com a influência e domínio de outros povos, como os europeus. A imagem das crianças subnutridas e de guerra civil é coisa do passado, garantem os executivos da Ethiopian. O comandante Ivo Antonio Silveira, ex-Varig e há cinco anos na empresa, confirma isso. “Nâo saio mais da África”, disse ele. Segundo Silveira, há mais cinco comandantes brasileiros na companhia.

O AVIÃO – Um avião de menos porte que o 777, mas com uma autonomia de gente grande. A Ethiopian usa a aeronave para o voo Adis Abeba-Washington, que leva 13 horas. “Nossa média de uso das aeronaves é de 14 horas, enquanto que as demais empresas chegam a oito”, disse o CEO da empresa. A tecnologia de ponta (“É a BMW dos ares”, disse o comandante Ivo), inovações nas janelas maiores, nos espaços internos mais abertos, no design e em comodidades como ar mais puro e úmido a bordo, e a economia que proporciona foram destacados por Tewolde Gebremariam. Ele espera que o retorno financeiro venha de seis meses a um ano.

A delegação da Ethiopian têm mais um encontro com a imprensa nesta terça-feira e à noite oferece um coquetel ao trade. Na quarta-feira, recebe os consolidadores para um almoço exclusivo. Tudo em São Paulo.


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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.