Rafael Carreira   |   06/11/2013 13:13

Terreno do Aerop. de Guarulhos é alvo de disputa judicial

O terreno onde hoje funciona o Aeroporto Internacional de Guarulhos virou alvo de ação judicial. Uma notificação que alerta para o descumprimento dos termos previstos na doação das terras do aeroporto foi protocolada ontem (05) na Vara Federal da Justiça Federal de Guarulhos (SP).

O terreno onde está atualmente instalado o Aeroporto Internacional de Guarulhos (foto) virou alvo de ação judicial. Uma notificação que alerta para o descumprimento dos termos previstos na doação das terras do aeroporto foi protocolada ontem (05) na Vara da Justiça Federal de Guarulhos (SP).

A notificação é encabeçada pelos herdeiros da família Guinle que, em 1940, juntamente com a família Samuel Ribeiro, doou a área para que fosse construído um aeródromo militar sob a jurisdição do então Ministério da Guerra. O repasse do terreno foi realizado como doação modal, que condiciona a manutenção ao cumprimento de condições específicas. Entre as condições, as principais seriam a utilização do terreno para a defesa do País e a administração por meio do órgão público responsável por esta área (Ministério da Defesa).

Para a família Guinle, houve uma quebra desta condição em 2011, quando o Governo Federal criou a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, com status de Ministério, que retirou da Defesa a administração do Aeroporto de Guarulhos. A concessão do aeroporto para o setor privado foi visto como um agravante.

“Isso significa que, ao invés de a exploração do aeroporto atender diretamente ao interesse do povo brasileiro e da defesa nacional, a área foi entregue para exploração econômica, com o objetivo de lucro em favor de empresas privadas”, comentou o advogado Fabio Goldschmidt, representante na família Guinle. “Deste modo, a partir da assinatura do contrato de concessão, foi descumprido o propósito maior da doação que era beneficiar o povo brasileiro, havendo a quebra absoluta das condições previstas no ato da doação”, conclui.

A notificação pretende prevenir responsabilidades e estabelecer um diálogo entre as partes envolvidas. Caso não seja atendida, os herdeiros pretendem entrar com ação judicial contra os notificados, eventualmente acompanhada de pedidos liminares. A notificações serão direcionadas à União, à Anac e às empresas que compõem a concessionária: Infraero, ACSA e Invepar.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Rafael Carreira

Rafael Carreira tem 1508 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS