Karina Cedeño   |   03/03/2016 10:46

Ricardo Amorim: “Nem os 6% deveriam ser cobrados”

Ainda que o imposto sobre remessas ao Exterior tenha sido reduzido de 25% para 6% ontem, após medida provisória assinada pela presidente Dilma Roussef, o economista Ricardo Amorim deixou claro, em palestra realizada ontem durante evento promovido pelo Grupo Royal Palm.

Ainda que o imposto sobre remessas ao Exterior tenha sido reduzido de 25% para 6% nesta terça (1º), após medida provisória assinada pela presidente Dilma Roussef, o economista Ricardo Amorim deixou claro nesta quarta (2), em palestra realizada durante evento promovido pelo Grupo Royal Palm Plaza Hotels & Resorts, em Idaiatuba (SP), que até este valor reduzido não deveria ser cobrado.

“Entre os 156 países emergentes no mundo, o Brasil é o terceiro que mais arrecada impostos. Por conta disso, acredito que o IRRF, assim como muitos outros impostos, tenha sido criado pelo governo pela necessidade de sanar suas dívidas públicas. Ainda que a porcentagem cobrada tenha sido reduzida, o ideal seria que este imposto nem existisse”, ressalta Amorim.

Ele ainda afirmou que é preciso enxergar a situação de crise no Brasil a longo prazo. “Assim que o País recuperar o crédito e a confiança do consumidor, o que deverá acontecer não daqui a dois meses, mas em um prazo que pode levar até seis anos, haverá um boom de investidores internacionais e a tendência é de que os brasileiros viajem cada vez mais”, afirma.

Para embasar esta afirmação, ele toma como exemplo a evolução das viagens de avião nas últimas décadas. “Em 1980, só viajava de avião quem tinha uma renda mensal de US$ 1,5 mil dólares, o que significa que, para cada nove viagens de avião realizadas por americanos ou europeus, uma era feita por habitantes de outras regiões do mundo. Em 2000, esta proporção ficou em quatro para uma, e se a tendência continuar, daqui a 20 anos o cenário inicial será invertido: a cada viagem de avião realizada pelos moradores dos Estados Unidos ou Europa, nove serão feitas por habitantes de outros países. Isso pode explicar o fato de os chineses resolverem investir em companhias como a Azul Linhas Aéreas em um momento de crise tão intenso”, finaliza o economista.

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