Felippe Constancio   |   17/08/2016 14:48

"Fusão entre Marriott e Starwood assombra competitividade", diz especialista

Anunciada em abril deste ano, a união da Marriott e Starwood pode ser motivo de preocupação a gestores e TMCs, sobretudo pelo fato de uma potencial diminuição da concorrência prometer mudanças na dinâmica do mercado em mercados importantes


HannahWebb/Flicr

A maior fusão da história da hotelaria caminha para os momentos finais de seu processo. Anunciada em abril deste ano, a união da Marriott e Starwood pode ser motivo de preocupação a gestores e TMCs, sobretudo pelo fato de uma potencial diminuição da concorrência prometer mudanças na dinâmica do mercado em mercados importantes.

Para especialistas da indústria hoteleira, as empresas terão que "pensar fora da caixa" para economizar - e ainda asseverar o incorporação das políticas por parte dos viajantes corporativos.

"Nunca houve nada parecido na indústria", ressalta o professor de Turismo da Universidade de Nova York Bjorn Hanson sobre a fusão de US$ 12,2 bilhões que só não se completou ainda por conta do pedido de autoridades chinesas de revisão do processo. "Isso é de uma escala e importância jamais vista."

Ao envolver quase 30 marcas, mais de 1,1 milhão de quartos e 5,5 mil propriedades, a fusão dá mais fibra ao novo conglomerado na hora de negociar taxas com empresas, acredita o especialista.

De acordo com um relatório da CWT Solutions Group, os níveis mais elevados de taxa de ocupação é um dos fatores que pode dificultar as negociações do lado das TMCs. "Com as taxas de ocupação diária e preço das reservas em seus níveis mais elevados da história em vários mercados, a economia básica sugere que essa concorrência menor só poderá levar a preços ainda mais elevados e negociações mais difíceis, especialmente em mercados com menos opções aos viajantes corporativos", alerta do documento da consultoria da Carlson.

Se consolidada a fusão, a nova rede terá quase um terço - e em alguns casos metade - dos gastos de empresas com hotéis em 14 das 20 maiores cidades do mundo, incluindo Chicago, Dallas, Cidade do México, Nova York e Xangai.

"Para muitos mercados de Mice e cidades de turismo a negócios predominam Marriott e Starwood", aponta o professor. "Em vez dessas duas redes brigando por acordos no corporativo, haverá apenas uma. Em certos mercados onde Hilton ou Intercontinental não têm muita força, a competitividade muda."

Hanson diz ainda que espera uma mudança sutil com a fusão, que dará mais acesso a dados à gigante. "Quando há um padrão de reservas, a companhia originada da fusão passa a ter uma quantidade e qualidade de dados que nenhuma rede já teve."

Assim, a rede poderia definir preços mais altos ou mais baixos antecipadamente.

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