Bebê reborn em viagens: curiosidades, confusões e regras
Bonecos hiper realistas geram debates e atenção extra em aeroportos e hospedagens pelo mundo

Você provavelmente já ouviu falar dos “bebê reborn”, seja em propaganda para vender os bonecos hiper realistas ou em alguma polêmica envolvendo o brinquedo que se tornou comum quando pessoas adultas passaram a incluir os bonecos em suas rotinas, como se fossem recém nascidos reais.
Na última semana, um projeto de lei foi apresentado na Câmara dos Deputados para multar em até R$ 30.360 quem usar os bebês reborns (ou qualquer artifício similar) para obter atendimento preferencial, prioridade em filas, descontos ou outros benefícios destinos a crianças de colo e responsáveis. Há ainda outro projeto de lei protocolado na Câmara que procura impedir a realização de atendimentos médicos a bonecas em instituições.
As tentativas de regulamentar a situação dos bebês reborn e seus “tutores” não são à toa: em abril um grupo de mulheres promoveu um encontro de “mães e bebês reborn” no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, que foi um sucesso de público; existem comunidades de colecionares com milhares de participantes pelo mundo; as timelines das redes sociais estão cheias de famosos posando com seus bebês reborn e no início deste mês, vereadores do Rio de Janeiro aprovaram um projeto para criar o Dia da Cegonha Reborn.
Muitas dúvidas surgem sobre a hora de viajar com esses bonecos. Os hotéis vão levar a brincadeira a sério e cobrar estadia dos “reborn”? É possível viajar com um bebê reborn no carrinho de bebê? Confira algumas curiosidades e causos ligados aos bebês de mentira:
1. Confusões em aeroportos são comuns
Devido ao realismo dos bebês reborn, é comum que agentes de segurança e outros passageiros os confundam com recém-nascidos de verdade. Há casos registrados em que:
- Passageiros chamaram a polícia achando que um bebê real estava desacordado ou abandonado.
- Agentes da TSA (Administração de Segurança nos Transportes, nos EUA) fizeram inspeções detalhadas, até mesmo passando os bonecos por detectores de explosivos, para garantir que não estavam sendo usados para contrabando.
2. Algumas pessoas compram passagens extras para os bonecos
Sim, há quem compre um assento adicional para acomodar o bebê reborn com conforto durante o voo, inclusive com cinto de segurança infantil. Isso não é uma exigência das companhias, mas uma opção de quem trata os bonecos como filhos.
3. Alguns hotéis oferecem "berços" para bebês reborn
Não é uma prática comum e não existem diárias sendo cobradas para bebês reborn, mas existem relatos e vídeos nas redes sociais e em grupos de colecionadores de que, ao informar na reserva que estão com um bebê reborn, alguns hotéis disponibilizaram bercinhos e até kits de boas-vindas. O tratamento depende muito da abordagem do hóspede e da receptividade do hotel.
4. Há eventos voltados para fãs de bebês reborn
Nos Estados Unidos e Europa, há feiras e encontros de colecionadores que movimentam o Turismo regional. Participantes viajam com seus bonecos e trocam experiências, roupas e acessórios, movimentando hotéis e atrações locais.
5. Viajantes levam roupas, mamadeiras e acessórios de verdade
Quem viaja com bebês reborn costuma carregar uma mala com roupas de bebê, chupetas, mamadeiras, fraldas e até carrinhos. Tudo isso reforça ainda mais o realismo e já gerou confusões em fronteiras, onde a bagagem foi inspecionada por parecer de uma família com recém-nascido.
6. Fila preferencial: sim, tem gente tentando
Houve pelo menos um caso registrado no Brasil de uma pessoa que tentou acessar fila preferencial com um bebê reborn. A justificativa gerou polêmica nas redes sociais e abriu discussões sobre o uso do espaço público e o que define, de fato, uma criança.
7. Algumas companhias já surfaram a onda para o marketing
Embora nenhuma grande companhia aérea tenha lançado campanhas exclusivas para donos de bebês reborn, marcas de acessórios infantis e até hotéis boutique já utilizaram bonecos reborn em campanhas de marketing para gerar engajamento nas redes sociais.
8. Enchimentos polêmicos
Para dar a sensação do peso de um bebê real, os bebê reborn possuem enchimento de areia, o que pode causar problemas nas esteiras de raio x dos aeroportos. Pela internet há dicas de como os “tutores” podem lidar com isso e evitar que as bonecas sejam abertas pelos fiscais, o maior medo dos colecionadores: substituir o enchimento de areia por plumagens ou esferas de vidro, por exemplo.
A preocupação com o bem estar do boneco também é levado em consideração, com a sugestão de cobrir o rostinho com um pano para que não se assuste.