Karina Cedeño   |   22/12/2025 10:25
Atualizada em 22/12/2025 13:03

FecomercioRJ critica flexibilização da limitação de voos no Aeroporto Santos Dumont

Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, também criticou a possibilidade de flexibilização das operações


Infraero/Divulgação
Limitação do Aeroporto Santos Dumont seria adequada para preservar a segurança e a eficiência operacional, segundo Decomercio-RJ
Limitação do Aeroporto Santos Dumont seria adequada para preservar a segurança e a eficiência operacional, segundo Decomercio-RJ

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (FecomercioRJ) manifesta seu inconformismo institucional diante da possibilidade de flexibilização das regras que limitam o volume de operações no Aeroporto Santos Dumont a 6,5 milhões de passageiros por ano.

De acordo com a entidade, essa política de ordenamento das operações aeroportuárias, definida pela União há dois anos, constitui uma diretriz pública estruturante, construída com base em estudos técnicos e no planejamento integrado da aviação civil brasileira.

Sendo assim, na opinião da federação, a limitação do Aeroporto Santos Dumont seria adequada para preservar a segurança e a eficiência operacional, mitigar impactos urbanos e assegurar o equilíbrio necessário com o Aeroporto Internacional do Galeão, estratégico para a conectividade nacional e internacional do Estado.

Os resultados dessa política, segundo a FecomercioRJ, são claros. O Galeão apresentou crescimento relevante de passageiros, retomada de rotas e ampliação de frequências, ao passo que o Santos Dumont permaneceu entre os aeroportos mais movimentados do País, operando dentro de sua capacidade e com alto nível de qualidade para os usuários.

A eventual flexibilização das regras vigentes compromete, segundo o órgão, a coerência da política pública implementada, enfraquece o planejamento do setor e gera insegurança regulatória, especialmente em um momento decisivo para investimentos e expansão da malha aérea.

Eduardo Paes também se mostra contra a flexibilização

Agência Brasil/Tomaz Silva
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro
Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também manifestou sua indignação com a possibilidade de flexibilização das regras que limitam volume de operações no Aeroporto Santos Dumont

“Forças ocultas estão se movimentando na Anac para alterar a política bem sucedida do governo de restringir os voos no Aeroporto Santos Dumont para coordenar o sistema de aeroportos do Rio de Janeiro e fortalecer o Aeroporto Internacional do Galeão - que é fundamental para o desenvolvimento do Rio e do Brasil”, destaca Paes em seu perfil no X.

Ele cita os números dos últimos dois anos com recorde de passageiros (17 milhões em 2025 x 8 milhões em 2023), turistas internacionais (+2 milhões em 2025) e amplo reconhecimento da medida que beneficiou o Rio e o Brasil.

“Depois de tanto esforço do presidente Lula, do Ministro Silvio Costa Filho e dos Ministros do TCU para viabilizar o acordo e a relicitação do Galeão que acontecerá em março de 2026 – chama atenção a movimentação às escuras da Anac para flexibilizar a restrição de voos no Santos Dumont, que já é conhecidamente contrária aos interesses do Rio e do Brasil”.

Ele cita como exemplo o despacho da Anac do dia 17 de dezembro convocando as companhias aéreas para reunião de última hora em que comunicaram a mudança. "Inacreditável! E o mais grave: se baseando em parâmetros do acordo realizado no TCU – cuja decisão foi justamente para criar mecanismos de preservar a política pública que salvou e fortaleceu o Galeão! Um absurdo! Tenho certeza que o presidente Lula e o ministro Silvio Costa não vão permitir que a maior conquista do governo brasileiro para o Rio seja ameaçada por esses interesses que são no mínimo estranhos!”, conclui o prefeito do Rio de Janeiro.

Usuários do Santos Dumont são a favor da transferência de voos para o Galeão

Uma pesquisa realizada pela FecomercioRJ indica que aproximadamente 76% dos usuários do Aeroporto Santos Dumont são a favor da transferência de voos para o Galeão, inclusive com percepção de tarifas mais competitivas, o que demonstra que a medida não gerou desconforto aos passageiros.

Para a federação, o equilíbrio entre Santos Dumont e Galeão não é uma pauta local, mas um tema estratégico de interesse nacional, com impactos diretos sobre o turismo, a economia, a geração de empregos e a atração de investimentos. Diante disso, a Fecomércio-RJ posiciona-se pela manutenção integral do limite de 6,5 milhões de passageiros por ano no Aeroporto Santos Dumont, entendendo que qualquer flexibilização neste momento é inoportuna e contrária ao interesse público.

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Karina Cedeño

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Sobre o autor

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero em 2011 e com mais de dez anos de experiência em reportagens no setor de Turismo.