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Danilo Teixeira Alves   |   15/08/2019 12:03   |   Atualizada em 15/08/2019 16:58

Brasil esquece de outras rotas ao pensar apenas em Rio-SP

De acordo com os últimos dados divulgados pela Alta, o mercado doméstico brasileiro, sob o efeito do encerramento das operações da Avianca, apresentou retraçãO

Desde o fim das operações da Avianca Brasil, em maio deste ano, os slots da companhia aérea nos aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) se tornaram motivo de disputa entre suas concorrentes. As três maiores empresas do País brigaram publicamente pelos horários de pousos e decolagens da Avianca, com o objetivo de aumentarem suas respectivas malhas na rota mais movimentada da América Latina e Caribe: a ponte Rio-São Paulo.

“A ponte Santos Dumont-Congonhas é a principal ligação do País, uma rota super premium. Mas também temos outras diversas ligações que podem crescer e se tornarem bem relevantes”, disse o diretor executivo da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), Luis Felipe de Oliveira. Um exemplo, apontado por ele, é o hub de Fortaleza que passou a oferecer voos internacionais para os Estados Unidos e Europa. Assim como Brasília, que ao mesmo passo que investe em infraestrutura, ganha novas rotas internacionais, ou Galeão, que está com uma capacidade ociosa.

“A partir do momento que descentralizarmos algumas rotas e aeroportos, principalmente o eixo Rio-SP, estaremos aumentando a conectividade e atratividade do País em geral”, afirma Oliveira.

Emerson Souza

De acordo com o executivo, historicamente, o mercado leva de quatro a seis meses para se recuperar de uma quebra de empresa aérea. Foi assim com a Avianca Brasil e com a Jet Airways, a segunda maior companhia da Índia, com mais de 130 aviões, que encerrou as suas operações em abril.

De acordo com os últimos dados divulgados pela Alta, o mercado doméstico brasileiro, sob o efeito do encerramento das operações da Avianca Brasil, apresentou retração pelo segundo mês consecutivo. No entanto, isso deve mudar já nos próximos relatórios da associação. “Com todas essas movimentações de slots, acreditamos que voltaremos a ter números positivos já em agosto, quando a oferta e a demanda estarão definitivamente supridas por novos voos, rotas e aeronaves”, opina. A expectativa é que, mesmo com a saída de um importante player, o crescimento do País fique entre 5% e 7% em 2019.

O IMPACTO DO MAX
Se nos Estados Unidos as companhias aéreas estão com enormes prejuízos por conta da suspensão das operações do Max, as empresas da América Latina e Caribe ainda não foram tão impactadas.

“Na nossa região, o número de aeronaves da família Max que já estavam voando ainda era relativamente baixo. Gol, Copa, Aeromexico e Aerolineas Argentinas devem ter recebido, no máximo, 30 aviões deste modelo. O que elas estão fazendo é retardando a devolução de equipamentos anteriores e que seriam substituídos pelo mais recente avião da Boeing”, disse. Na avaliação do executivo, o impacto dessas quatro é muito mais em operação, já que elas continuam voando com modelos que consomem mais combustível e com autonomia menor, impossibilitando a realização de mais voos diretos.

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