Filip Calixto   |   06/02/2020 16:30   |   Atualizada em 06/02/2020 17:24

Operadoras analisam fim dos voos da SAA no Brasil e citam alternativas

Representantes de operadoras comentam a decisão da South African Airways de encerrar sua operação no Brasil depois de 50 anos ininterruptos de atividade.

Wikicommons
A SAA vai deixar de voar no Brasil depois de 50 anos de oparações
A SAA vai deixar de voar no Brasil depois de 50 anos de oparações
Após 50 anos de operação ininterrupta, a South African Airways (SAA) comunicou hoje (6) que deixará de voar para o Brasil. A medida vale a partir de 29 de fevereiro, quando o voo entre Johanesburgo e São Paulo deixa de ser operado. Como medida de contingência, a companhia já criou canais de atendimentopara reacomodação dos passageiros que têm bilhetes comprados de março em diante. A notícia pegou o trade brasileiro de surpresa e é assunto obrigatório entre profissionais da área.

Presidente da Braztoa e sócio da Raidho Viagens, Roberto Haro Nedelciu foi pego de surpresa quando recebeu a notícia, já no início da tarde. "Fiquei sabendo há pouco e acho o bastante preocupante pois tínhamos um fluxo muito grande de viajantes para lá", comenta. O executivo revela que ainda não teve nenhum contato com representantes da aérea e que a medida de momento é mensurar o impacto da novidade e pensar nas providências que podem ser tomadas, como líder de associação e representante de operadora.


Emerson Souza
Roberto Nedelciu, da Braztoa e Raidho
Roberto Nedelciu, da Braztoa e Raidho

Nedelciu ainda faz uma lembrança sobre a vantagem que é comprar uma viagem com o resguardo de uma empresa especializada. "O cliente que compra com operadoras, agências e assim por diante tem a vantagem de contar com o auxílio dessas empresas, que podem resolver seu problema", registra,

Quem também foi surpreendida com a decisão da SAA foi a diretora de Marketing da Queensberry, Eby Piaskowy. Com a África do Sul entre os destinos mais vendidos, Eby comenta que nem cogitava a possibilidade neste momento. "Mesmo preocupados com a situação financeira que a South African Airways vivia não imaginávamos essa decisão", revela.

Segundo a diretora da Queensberry, o destino não deixará de ser oferecido e as rotas feitas por Latam e Ethiopian Airlines passam a ser as principais opções. Atualmente, a companhia latino-americana faz o trecho entre São Paulo e Johanesburgo cinco vezes por semana. Mas há planos para aumentar a frequência. "Torço e faço votos para que a Latam veja isso como uma oportunidade, para que possamos seguir com essa alternativa, sobretudo pelo voo direto", completa Eby.


Marcos Martins
Eby Piaskowy, da Queensberry
Eby Piaskowy, da Queensberry

OUTRAS ROTAS

As rotas alternativas também foram um ponto citado pelo diretor da operadora paulista Viagens & Cia, Thiago Cuencas. O executivo conta que foi avisado pela manhã em ligação do country manager da SAA no Brasil, Altamiro Médici. Cuencas agora aguarda recomendações para reacomodação dos passageiros que têm bilhetes comprados para depois de fevereiro. "Hoje há muitas opções para chegar à África. Como com Latam, TAAG Linhas Aéreas de Angola e Ethiopian Airlines. E, certamente, vamos buscar novas condições com a Latam e demais companhias africanas", aponta.


Emerson Souza
Thiago Cuencas, da Viagens & Cia.
Thiago Cuencas, da Viagens & Cia.

Na New Age, as passagens já compradas para os próximos meses não serão um grande problema, segundo informa o gerente do departamento Aéreo, Francisco Camilo. De acordo com ele, a operadora foi comedida com as requisições de viagens para a África do Sul, já considerando uma possível crise dentro da SAA. "Temos em torno de seis vendas (20 passageiros) que embarcarão para África depois de fevereiro", informa.

Camilo, no entanto, lamenta a decisão da companhia aérea pois classificava a conexão entre São Paulo e Johanesburgo como uma ligação da América do Sul com o continente africano. "Muitos países que não eram servidos pela SAA na América do Sul utilizavam o voo de São Paulo, por isso era um voo tão importante", argumenta. Para o gerente, agora é o momento de iniciar o contato com a companhia aérea e começar a considerar reacomodações, ressarcimento e as medidas possíveis para quem tem viagem marcada".

REACOMODAÇÃO
Também em buscando soluções, a Teresa Perez lamenta a saída da companhia do País. "Foi com muito pesar que recebemos a notícia da saída da SAA do Brasil, uma companhia que temos muito apreço e anos de parceria mútua. Em relação aos nossos clientes já conseguimos reacomodar todos os que estavam com viagens marcadas para após a finalização dos serviços", declara o diretor de Marketing, Sergio Tamada. "Esperamos que consigam se reestruturar e voltem a operar no Brasil em um futuro próximo", arremata.

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