Victor Fernandes   |   01/12/2022 18:11
Atualizada em 09/01/2023 16:03

Lufthansa detalha esforços em prol da sustentabilidade

Lars Kropelin, diretor de Responsabilidade Corporativa, falou sobre as iniciativas do Lufthansa Group

PANROTAS / Emerson Souza
Lars Kropelin, diretor de Responsabilidade Corporativa do Lufthansa Group
Lars Kropelin, diretor de Responsabilidade Corporativa do Lufthansa Group
Hoje (01), no Lufthansa Group Master Class 2022, esteve presente Lars Kropelin, diretor de Responsabilidade Corporativa do Lufthansa Group, para detalhar ao trade brasileiro quais são os esforços do grupo aéreo na área de ESG, principalmente no que se refere à sustentabilidade. "É mais do que olhar para o ambiente e mercado, é olhar para os clientes. É garantir que nossos esforços são visíveis", afirmou Lars.

Dentro dos campos de ação no ESG (meio ambiente, social e governança), o principal foco do Lufthansa Group atualmente está nas operações de voo com baixas emissões de poluentes. "Estamos, como aviação, um pouco invejosos da indústria automobilística", afirmou Lars ao citar os carros elétricos da Tesla como exemplo. O motivo é a maior facilidade em construir carros sustentáveis movidos a partir de energia elétrica.

Na aviação, uma bateria elétrica tornaria uma aeronave elétrica muito pesada, a não ser que sejam veículos pequenos para até 6 pessoas para voos curtos, como os eVTOLs que serão utilizados comercialmente a partir de 2025. Outra ideia é a aeronave movida a hidrogênio, do qual o primeiro voo está planejado para 2035 em aeronaves com cerca de 100 assentos. O porém é que estes aviões exigirão extensivas adaptações infraestruturais nos aeroportos, tornando o volume de aeronaves em um fator limitante para a indústria.

Ou seja, restam três opções atualmente viáveis às companhias aéreas, sendo o uso de combustível de aviação sustentável (SAF) o mais eficiente. Confira abaixo os principais esforços do Lufthansa Group, os quais Lars chamou de "três alavancas" para atingir a redução de emissão de 50% planejada até 2030.

TRÊS ALAVANCAS

  • Renovação e retrofit da frota
180 novas aeronaves encomendadas, trazendo eficiência operacional;
Economia média de até -30% de CO2: "Isso é muito", afirmou Lars.

  • Eficiência de operações e tráfego aéreo
Voar da melhor e mais eficiente forma gera um potencial de redução de 10% de emissão de CO2;
LHG: reduziu emissões de CO2 em 30% desde 1994.

  • Combustível de aviação sustentável
Grupo Lufthansa é o maior usário de SAF na Europa em 2021;
Pioneiros em power to liquid (PtL) e primeiro cliente de sun to liquid (Stl) no mundo, novos combustíveis sustentáveis.

METAS

Para atingir a meta de serem neutros em CO2 até 2050 e reduzir as emissões líquidas de CO2 até 2030 em 50% comparado a 2019, o Lufthansa Group "investirá em novas tecnologias e suportá-las, porque sem elas é só esperança e discurso a favor da sustantabilidade", explicou Lars.

Para atingir a redução de 50% até 2030, Lufthansa reduzirá a emissão de CO2 com renovação de frota, redução de 30,6% na intensidade de carbono em g/RTK e redução absoluta de 18% atribuída a utilização de SAF. No entanto, a compensação ainda é necessária e representa a maior parcela da redução de emissões. Lars explicou que a compensação "não é só plantar árvores", exemplificando que parte da compensação é uma tecnologia que capta CO2 do ar e o coloca no solo para mineralizá-lo.

"Nosso trabalho está no ar e quando estamos no ar tem CO2 emitido, então somos chamados de uma indústria difícil de ser descarbonizada. Por isso, fomos atribuídos pelo Acordo de Paris com uma meta alcançável", explicou o executivo do grupo aéreo.

O Lufthansa Group tem pedido para mais de 200 novas aeronaves serem entregues até 2030, que provocarão uma redução de 30% nas emissões de CO2 em média para aeronaves de fuselagem larga comparadas a suas antecessoras devido à tecnologia dos motores novos.

COMBUSTÍVEIS DO FUTURO

"SAF é o futuro dos voos neutros e o LHG atualmente é o principal comprador na Europa. Este combustível emite 80% menos CO2 do que combustível fóssil", explicou Lars. Atualmente, é utilizado o SAF biogênico, principalmente baseado em óleos/gorduras de cozinha utilizados.

No futuro, existirão o power to liquid (PtL) e o sun to liquid (StL). O primeiro é produzido por energia renovável, água e CO2; enquanto o segundo é produzido com luz solar, CO2 e água. "Estamos promovendo essas indústrias a crescerem, mas ainda não investimos o quanto queremos porque não temos o dinheiro disponível", afirmou.

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