Karina Cedeño   |   24/01/2023 15:02

CEO da United diz que aéreas estão perseguindo "metas inatingíveis"

Scott Kirby criticou as metas de capacidade da indústria para 2023

PANROTAS / Beatrice Teizen
O CEO da United Airlines, Scott Kirby
O CEO da United Airlines, Scott Kirby
O CEO da United Airlines, Scott Kirby, criticou as metas de capacidade da indústria para 2023, descrevendo-as como inatingíveis. Na teleconferência de resultados do ano de 2022 da companhia aérea, Kirby disse que a escassez de pilotos e outros problemas de mão de obra, bem como o atraso na entrega de aeronaves e peças, estão inibindo o crescimento das companhias aéreas e que muitos de seus concorrentes se negam a enxergar um crescimento realista no cenário atual.

Ele acrescenta que a Federal Aviation Administration (FAA) e a maioria das companhias aéreas “ultrapassaram sua infraestrutura de tecnologia e simplesmente não podem operar de forma confiável neste ambiente mais desafiador”.

Kirby diz que a United tomou a decisão de voar menos em 2022 para poder investir em sua tecnologia e infraestrutura e recrutar mais funcionários. “Nossa indústria mudou profundamente com a pandemia e você não pode administrar sua companhia aérea como se fosse 2019 ou irá falir”, afirma.

Para ele, o estado atual da infraestrutura de aviação e dos mercados de trabalho dos Estados Unidos mostra que as companhias aéreas não podem produzir capacidade com quase o mesmo custo que podiam antes da covid-19. Na visão de Kirby, as ultra-low costs, especificamente, são tolas ao pensar que podem manter seus modelos de negócios pré-crise para obter eficiência de custos crescendo a uma taxa de dois dígitos.

“Acreditamos que qualquer companhia aérea que tente operar com os mesmos níveis de pessoal que tinha antes da pandemia está fadada ao fracasso e provavelmente entrará em colapso sempre que houver problemas climáticos ou de controle de tráfego aéreo no sistema”, comentou o CEO da United.

Nas últimas semanas, a indústria da aviação sofreu reveses consideráveis, incluindo a suspensão de todos os voos nos EUA pela FAA por várias horas devido a um problema técnico no início deste mês.
No final de dezembro, a Southwest Airlines cancelou milhares de voos com um impacto financeiro estimado entre US$ 725 milhões e US$ 825 milhões. Desde então, a companhia aérea anunciou em uma carta de seu CEO Bob Jordan que contratou um consultor para avaliar o incidente e também diz que planeja atualizar seu sistema de recuperação de tripulação e aumentar o sistema de engajamento dela.

Com informações da Phocuswire e da Business Travel News.

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