Rodrigo Vieira   |   14/11/2023 00:43
Atualizada em 14/11/2023 00:50

Passagens aéreas devem seguir caras no Brasil em 2024; entenda motivos

Em evento para seus principais parceiros de Turismo, CEO da Latam explica razão das altas tarifas

PANROTAS / Emerson Souza
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil
Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil

Se em 2023 os preços das passagens aéreas do Brasil estiveram nas alturas, em 2024... devem continuar. O prognóstico de Jerome Cadier, CEO Latam Brasil, a companhia líder em passageiros transportados no País, não é muito animador nesse sentido, mas Cadier dá a entender que ele e os líderes da concorrência estão de mãos atadas com os fatores externos orquestradores das tarifas aéreas em nosso mercado.

A primeira e mais importante variável é o combustível de aviação, que responde por cerca de 40% das despesas de uma companhia aérea, e seu valor impacta diretamente no valor da tarifa.

"Para efeito de comparação: em 2017, o mercado estava agitadíssimo. Ainda tínhamos Avianca Brasil na disputa e, se pegarmos os preços daquela época, corrigidos pela inflação, a passagem hoje está 36% mais cara, mas o combustível está 110% mais caro", pondera Jeroma Cadier. "Só os 110% do combustível já dá 30% do preço da passagem. E o pior, ninguém sabe para onde vai o combustível. Tem o fator cambial, as imprevisibilidade das guerras da Ucrânia, de Israel..."

Além do combustível, há um segundo fator impactando diretamente no preço das passagens: a oferta reduzida. "Tem menos avião no mercado", esclarece o CEO da Latam. "Todas as cadeias de produção foram desarrumadas na pandemia, resultando em entregas postergadas, isso sem contar problemas com alguns modelos de motores. Tudo isso faz com que tenhamos menos previsilibidade nas entregas. Menos avião, menos oferta; menos oferta, preços mais altos", lamenta.

Então, conclui Cadier, não há previsão para um cenário de queda agressiva de preço nas tarifas aéreas nos próximos seis a 12 meses. "Talvez em 2025, mas 2024 provavelmente teremos patamares parecidos. Não imagino excesso de oferta e nem que os combustíveis cairão de forma radical. Olhando para esse cenário, vejo patamar de preço estável nesse período."

Desta forma, nem se a economia do Brasil surpreender e crescer mais do que o esperado em 2024 os preços das passagens baixarão. Por mais que a economia cresça e a demanda aumente, dificilmente a oferta conseguirá acompanhar.

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