Governo português aprova reprivatização de 49,9% da Tap, que terá novo chairman
Grupos como Lufthansa, Air France-KLM e IAG já manifestaram interesse na companhia portuguesa

O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, anunciou nesta quinta-feira (10) a aprovação, em Conselho de Ministros, do decreto-lei que autoriza a reprivatização de até 49,9% do capital social da TAP. A medida prevê a venda de 44,9% a um ou mais investidores privados e reserva 5% para os trabalhadores da companhia aérea.
Segundo o chefe do Executivo, o objetivo é garantir a sustentabilidade da companhia, atrair investidores estratégicos e manter o controle público sobre decisões críticas, que dependerão da maioria. Apesar do Estado continuar com 51,1% da empresa, os investidores privados terão papel relevante na gestão. Entre eles, grupos como Lufthansa, Air France-KLM e IAG (British Airways e Iberia), que já manifestaram interesse na companhia.
A decisão, segundo o governo, vai criar sinergias que contribuirão para a competitividade e sustentabilidade internacional da companhia. Além disso, a nova fase traz consigo mudanças no modelo de governança. Tanto é que Carlos Oliveira, ex-secretário de Estado do governo Passos Coelho, será o novo chairman da Tap, separando as funções atualmente acumuladas pelo CEO Luís Rodrigues, que permanece no cargo.
“Acreditamos que haverá forte interesse por parte de investidores, mas, se nenhuma proposta atender ao interesse estratégico do país, o processo poderá ser suspenso ou cancelado sem qualquer compensação aos participantes”
Primeiro-ministro Luís Montenegro
A meta do governo é concluir esta primeira fase da privatização dentro de um ano. Segundo o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, poderá haver uma segunda fase futuramente. Ele afirmou que o governo quer conhecer os planos dos investidores para avaliar uma possível ampliação da participação privada. Um dos principais objetivos é recuperar parte dos 3,2 mil milhões de euros injetados na Tap durante a pandemia.
Por fim, o primeiro-ministro de Portugal também destacou a importância de manter o hub da Tap em Lisboa e de aproveitar toda a rede aeroportuária nacional, incluindo os aeroportos do Porto, Faro e das regiões autónomas, além da futura infraestrutura do Aeroporto Luís de Camões. A preservação de rotas estratégicas para o país também foi classificada como prioridade.