Beatriz Contelli   |   04/07/2025 16:43

União Europeia estuda eliminar cobrança por bagagem de mão de até 7kg

Decisão tem gerado controvérsias entre companhias low cost e órgãos de defesa do consumidor

Getty Images/Jackyenjoyphotography
Companhias alegam que fim da cobrança seria repassado por meio de passagens mais caras
Companhias alegam que fim da cobrança seria repassado por meio de passagens mais caras

No dia 24 de junho, a Comissão de Transportes do Parlamento da União Europeia aprovou a proposta que permite os passageiros viajarem com um item pessoal – como bolsa, mochila ou notebook – além de uma bagagem de mão pesando até 7kg e com até 100 centímetros sem custo extra.

A iniciativa, que ainda está em discussão, visa garantir maior transparência e equidade nas tarifas cobradas por passagens aéreas, especialmente nas companhias low cost — conhecidas por oferecer preços baixos, mas com cobranças adicionais.

Representantes da indústria afirmam que o fim da cobrança por bagagens poderia gerar aumento nos custos operacionais e acabar sendo repassados ao consumidor por meio de bilhetes mais caros. A Airlines for Europe, que representa companhias como Ryanair, Lufthansa e Air France-KLM, já se manifestou contrária à mudança.

"O que vem a seguir? Pipoca e bebidas obrigatórias como parte do seu ingresso de cinema? O Parlamento Europeu deve deixar que os viajantes decidam quais serviços desejam, quais serviços pagam e, principalmente, quais serviços não desejam", contestou a diretora da Airlines for Europe, Ourania Georgoutsakou.

O vice-presidente do Comitê de Transporte, Matteo Ricci, considerou este um "passo importante rumo a viagens mais justas e transparentes" por introduzir "medidas concretas como a definição clara de bagagem de mão gratuita, um direito fundamental para evitar custos extras injustificáveis".

As tarifas cobradas pelas companhias aéreas variam conforme o tamanho da bagagem e a política de cada empresa, mas muitas delas têm sido alvo de críticas por impor custos considerados excessivos. Em maio, a Organização Europeia do Consumidor (BEUC), em conjunto com 16 entidades de defesa do consumidor de 12 países, apresentou uma queixa formal à Comissão Europeia contra companhias aéreas de baixo custo.

Segundo a denúncia, essas empresas estariam adotando práticas comerciais injustas, ao cobrar valores abusivos por bagagens de mão — um item que, segundo as entidades, deveria ser considerado parte essencial da experiência de viagem. A queixa classifica essa cobrança como uma violação da legislação europeia de proteção ao consumidor, argumentando que a bagagem de mão é "uma parte integral do transporte aéreo de passageiros" e não deveria ser tratada como um serviço adicional.

Se formalmente aprovada, a mudança se aplicaria a todos os voos partindo ou chegando a um dos 27 países da União Europeia.

Com informações do UOL, Yahoo e Politico.

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