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Durante o evento Capital Markets Day, realizado na semana passada em Munique, o Grupo Lufthansa apresentou seu planejamento estratégico e novas metas financeiras de médio prazo.

Diante de analistas e investidores, a empresa reafirmou seu objetivo de adaptar a estrutura organizacional e operacional do grupo para reorganizar a cooperação e as responsabilidades internas. Para isso, o grupo planeja cortar cerca de quatro mil empregos em todo o mundo até 2030, sendo a maioria na Alemanha. Isso será feito em consulta com os parceiros sociais, com foco em cargos administrativos e não operacionais.

Grupo Lufthansa quer impulsionar a transformação digital

O Grupo Lufthansa também tem como meta impulsionar sua transformação digital nos próximos anos. Ao consolidar todas as funções de TI em um único departamento do Conselho Executivo e combinar as unidades e competências digitais do “Digital Hangar” com a “Innovation & Tech Factory” em um novo papel central, o objetivo é expandir significativamente a expertise digital.

Outro objetivo da aérea é aumentar em 50% o número de membros ativos do programa de fidelidade Miles & More até 2030. Após o anúncio do Deutsche Bank como novo parceiro do cartão de crédito do programa e a parceria estratégica com o Marriott Bonvoy, as áreas de Fidelidade, Pagamentos, Parcerias e Retail Media serão ampliadas como áreas de crescimento para o grupo nos próximos anos.

Por fim, a empresa afirma concentrar-se em quatro pilares estratégicos sob o guarda-chuva do grupo:

1. Companhias Aéreas de Rede (Lufthansa, SWISS, Austrian Airlines, Brussels Airlines e ITA Airways)

As companhias se aproximarão ainda mais no futuro por meio de ajustes na estrutura organizacional e nos processos, além de uma integração mais profunda. O objetivo é esclarecer responsabilidades, promover a colaboração e acelerar a tomada de decisões. A gestão conjunta de toda a oferta comercial (por exemplo, gerenciamento de malha de rotas de curta e média distância para todas as companhias hub) visa aumentar a produtividade e a eficiência.

As companhias também se beneficiam da forte demanda global por viagens aéreas. Essa demanda é atendida por uma oferta restrita devido a atrasos contínuos nas cadeias de suprimentos de fabricantes de aeronaves e motores, o que tem efeito positivo nas receitas médias e nos índices de ocupação.

O Grupo Lufthansa também quer desempenhar um papel ativo na consolidação europeia, demonstrado pela integração da ITA Airways. Programas de transformação existentes, como o “Turnaround” na marca principal Lufthansa Airlines, estão sendo implementados com o objetivo de fortalecer o desempenho financeiro. Além disso, o Grupo Lufthansa espera adicionar mais de 230 novas aeronaves em sua frota até 2030, incluindo 100 de longa distância.

2. Negócios com a Eurowings

Após uma reestruturação e o reposicionamento como companhia de baixo custo para a Europa, acompanhados de aumentos nos lucros, a história da Eurowings deve continuar, por meio da expansão de suas ofertas de viagens de lazer. O operador turístico Eurowings Holidays, lançado neste ano, chega com objetivo de crescer rapidamente e se tornar um dos dez principais operadores turísticos da Alemanha.

Outro impulso vem da maior renovação de frota da história da Eurowings, que levará a custos operacionais menores. Com a integração gradual de novos jatos de curta e média distância (40 Boeing 737-8 MAX), a Eurowings passará a operar uma das frotas mais jovens da aviação europeia.

3. MRO com Lufthansa Technik

A implementação do programa “Ambition 2030”, investimentos no crescimento de seu negócio principal, a expansão de locais e presença internacional (por exemplo, no Canadá e em Portugal), bem como a ampliação de modelos de negócios digitais, visam aumentar a receita e o lucro até 2030.

Além de seus negócios com companhias aéreas comerciais, a Lufthansa Technik avança no desenvolvimento de sua nova divisão “Defense” para se firmar nesta área de crescimento.

4. Logística com Lufthansa Cargo

A Lufthansa Cargo se beneficia particularmente do aumento da demanda no comércio eletrônico e de oportunidades resultantes da volatilidade dos mercados globais. A expansão das capacidades de carga na maior companhia cargueira da Europa, investimentos significativos de 600 milhões de euros no hub de carga central do Aeroporto de Frankfurt e a contínua ampliação da automação e digitalização aumentam a lucratividade da Lufthansa Cargo, com o objetivo de torná-la um dos três maiores players globais no setor de carga aérea.

Novas metas financeiras de médio prazo

O Grupo Lufthansa espera aumentar significativamente sua lucratividade até o final da década. A empresa, portanto, estabelece novas metas financeiras de médio prazo, visando superar seus resultados históricos.Para isso, a empresa pretende atingir as seguintes metas financeiras no período de 2028 a 2030:

• Margem EBIT ajustada de 8 a 10%;
• ROCE ajustado (Retorno sobre o Capital Empregado) antes de impostos de 15 a 20%;
• Fluxo de caixa livre ajustado de mais de 2,5 bilhões de euros por ano

Para se proteger contra crises potenciais, o grupo manterá uma liquidez mínima conservadora de 8 a 10 bilhões de euros. Além disso, a empresa seguirá sua política de dividendos existente, que prevê a distribuição de 20% a 40% do lucro líquido consolidado aos acionistas.