Filip Calixto   |   29/10/2025 17:07

Boeing amplia produção do B737 e adia certificação do B777X para 2027

Empresa registra receita de US$ 23,3 bilhões e fluxo de caixa positivo no terceiro trimestre de 2025

Divulgação Boeing
A produção do B737 estabilizou em 38 unidades por mês; em outubro, foi acordado com a FAA aumentar para 42 unidades por mês
A produção do B737 estabilizou em 38 unidades por mês; em outubro, foi acordado com a FAA aumentar para 42 unidades por mês

A Boeing registrou receita de US$ 23,3 bilhões no terceiro trimestre de 2025, impulsionada por 160 entregas comerciais. O resultado foi afetado por uma despesa de US$ 4,9 bilhões relacionada à atualização do programa 777X, que levou o prejuízo por ação a US$ 7,14 (GAAP) e US$ 7,47 (não GAAP).

O fluxo de caixa operacional foi de US$ 1,1 bilhão, e o fluxo de caixa livre (não GAAP), de US$ 0,2 bilhão. A carteira total de pedidos atingiu US$ 636 bilhões, incluindo 5,9 mil aeronaves comerciais.

Produção e programas em andamento

A Boeing manteve a produção do B737 em 38 unidades por mês e, em outubro, firmou com a FAA (Administração Federal de Aviação) o acordo para ampliar o ritmo para 42 aeronaves mensais.

O programa B787 segue com sete unidades por mês, enquanto o B777-9 teve a primeira entrega adiada para 2027, o que resultou na despesa bilionária registrada no trimestre.

"Com foco na segurança e na qualidade, alcançamos marcos importantes e concordamos com a FAA em ampliar a produção do 737. Apesar do atraso no 777X, seguimos concentrados em concluir nossos programas e estabilizar as operações"

Kelly Ortberg, presidente e CEO da Boeing

Divisões e desempenho operacional

A divisão de Aviões Comerciais teve receita de US$ 11,1 bilhões. O segmento contabilizou 161 pedidos líquidos, incluindo:

  • 50 aeronaves B787 para a Turkish Airlines;
  • 30 unidades B737-8 para o Norwegian Group.

Foram entregues 160 aviões, o maior número trimestral desde 2018. A carteira dessa divisão foi avaliada em US$ 535 bilhões.

Já a área de Defesa, Espaço e Segurança registrou US$ 6,9 bilhões em receita e margem operacional de 1,7%, com destaque para:

  • Contrato com a Força Espacial dos EUA para comunicações via satélite;
  • Parceria com a Força Aérea Real Australiana para demonstração do drone MQ-28 Ghost Bat.

A carteira da divisão chegou a US$ 76 bilhões, sendo 20% de clientes internacionais.

Serviços, caixa e acordos

O segmento de Serviços Globais somou US$ 5,4 bilhões em receita e margem operacional de 17,5%, sustentado pelo aumento do volume comercial. Entre os novos contratos:

  • Premiação da Marinha dos EUA para reparo do trem de pouso do F/A-18;
  • Parceria com a Korean Air voltada à análise de manutenção preditiva.

A Boeing encerrou o trimestre com US$ 23 bilhões em caixa e investimentos e mantém linhas de crédito de US$ 10 bilhões ainda não utilizadas. O balanço também inclui cobrança de US$ 445 milhões ligada ao acordo de não acusação firmado com o Departamento de Justiça dos EUA.

Indicadores e perspectivas

A empresa reforçou o uso de indicadores não GAAP - como lucro operacional principal, margem operacional principal e fluxo de caixa livre - para acompanhar desempenho e liquidez. Esses parâmetros, segundo a companhia, complementam as métricas contábeis tradicionais.

Nas projeções para os próximos trimestres, a Boeing destacou riscos relacionados a:

  • Condições econômicas e regulatórias;
  • Cadeia de suprimentos e disponibilidade de mão de obra;
  • Contratos governamentais e variações de orçamento;
  • Mudanças climáticas e segurança cibernética.

A empresa informou que as declarações prospectivas poderão ser revisadas conforme novas condições de mercado.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Foto de Filip Calixto

Conteúdos por

Filip Calixto

Filip Calixto tem 7345 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Integrante da equipe PANROTAS desde 2019, atua na cobertura de Turismo com olhar tanto para as tendências do mercado quanto para histórias que movimentam o setor. Formado em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo e também em Processos Fotográficos, formações que permitem colaborar de forma dupla com a redação - entre textos e imagens. Fora do trabalho, encontra inspiração no samba, no cinema, na literatura e nos esportes