Boeing amplia produção do B737 e adia certificação do B777X para 2027
Empresa registra receita de US$ 23,3 bilhões e fluxo de caixa positivo no terceiro trimestre de 2025

A Boeing registrou receita de US$ 23,3 bilhões no terceiro trimestre de 2025, impulsionada por 160 entregas comerciais. O resultado foi afetado por uma despesa de US$ 4,9 bilhões relacionada à atualização do programa 777X, que levou o prejuízo por ação a US$ 7,14 (GAAP) e US$ 7,47 (não GAAP).
O fluxo de caixa operacional foi de US$ 1,1 bilhão, e o fluxo de caixa livre (não GAAP), de US$ 0,2 bilhão. A carteira total de pedidos atingiu US$ 636 bilhões, incluindo 5,9 mil aeronaves comerciais.
Produção e programas em andamento
A Boeing manteve a produção do B737 em 38 unidades por mês e, em outubro, firmou com a FAA (Administração Federal de Aviação) o acordo para ampliar o ritmo para 42 aeronaves mensais.
O programa B787 segue com sete unidades por mês, enquanto o B777-9 teve a primeira entrega adiada para 2027, o que resultou na despesa bilionária registrada no trimestre.
"Com foco na segurança e na qualidade, alcançamos marcos importantes e concordamos com a FAA em ampliar a produção do 737. Apesar do atraso no 777X, seguimos concentrados em concluir nossos programas e estabilizar as operações"
Kelly Ortberg, presidente e CEO da Boeing
Divisões e desempenho operacional
A divisão de Aviões Comerciais teve receita de US$ 11,1 bilhões. O segmento contabilizou 161 pedidos líquidos, incluindo:
- 50 aeronaves B787 para a Turkish Airlines;
- 30 unidades B737-8 para o Norwegian Group.
Foram entregues 160 aviões, o maior número trimestral desde 2018. A carteira dessa divisão foi avaliada em US$ 535 bilhões.
Já a área de Defesa, Espaço e Segurança registrou US$ 6,9 bilhões em receita e margem operacional de 1,7%, com destaque para:
- Contrato com a Força Espacial dos EUA para comunicações via satélite;
- Parceria com a Força Aérea Real Australiana para demonstração do drone MQ-28 Ghost Bat.
A carteira da divisão chegou a US$ 76 bilhões, sendo 20% de clientes internacionais.
Serviços, caixa e acordos
O segmento de Serviços Globais somou US$ 5,4 bilhões em receita e margem operacional de 17,5%, sustentado pelo aumento do volume comercial. Entre os novos contratos:
- Premiação da Marinha dos EUA para reparo do trem de pouso do F/A-18;
- Parceria com a Korean Air voltada à análise de manutenção preditiva.
A Boeing encerrou o trimestre com US$ 23 bilhões em caixa e investimentos e mantém linhas de crédito de US$ 10 bilhões ainda não utilizadas. O balanço também inclui cobrança de US$ 445 milhões ligada ao acordo de não acusação firmado com o Departamento de Justiça dos EUA.
Indicadores e perspectivas
A empresa reforçou o uso de indicadores não GAAP - como lucro operacional principal, margem operacional principal e fluxo de caixa livre - para acompanhar desempenho e liquidez. Esses parâmetros, segundo a companhia, complementam as métricas contábeis tradicionais.
Nas projeções para os próximos trimestres, a Boeing destacou riscos relacionados a:
- Condições econômicas e regulatórias;
- Cadeia de suprimentos e disponibilidade de mão de obra;
- Contratos governamentais e variações de orçamento;
- Mudanças climáticas e segurança cibernética.
A empresa informou que as declarações prospectivas poderão ser revisadas conforme novas condições de mercado.