Karina Cedeño   |   26/06/2025 10:58

Spirit Airlines pede que EUA rejeitem parceria entre JetBlue e United

Aérea afirma que a parceria entre aéreas levanta sérias questões de concorrência e interesse público


Divulgação
Parceria, chamada de “Blue Sky”, foi anunciada em maio
Parceria, chamada de “Blue Sky”, foi anunciada em maio

A Spirit Airlines afirmou que a proposta de parceria entre a JetBlue e a United, firmada no fim de maio, "levanta sérias questões de concorrência e interesse público", em queixa apresentada ao Departamento de Transporte dos EUA nesta terça-feira (24). As informações são do site Skift.

“A JetBlue, seduzida pelo benefício que a vasta rede global da United oferece aos seus clientes, se tornará um vassalo da United”, declarou a Spirit na queixa. A parceria, chamada de “Blue Sky”, foi anunciada em maio, depois de repetidas declarações de executivos da JetBlue sobre o interesse em formar uma nova aliança com uma companhia aérea norte-americana.

Spirit compara Blue Sky à Northeast Alliance

A Spirit comparou a nova parceria com a Northeast Alliance, cooperação anterior realizada pela JetBlue com a American Airlines, que foi anulada na justiça por ser considerada anticompetitiva.

A parceria entre JetBlue e United envolve a unificação de seus programas de fidelidade, mas não inclui a coordenação de horários ou preços, o que é uma diferença importante em relação à Northeast Alliance. A United também terá acesso a slots no aeroporto JFK de Nova York para até sete voos diários a partir de 2027.

A Spirit argumenta que, mesmo com essas diferenças, a Blue Sky continua semelhante à Northeast Alliance, pois as decisões da JetBlue serão influenciadas pelos “desejos da United e uma abordagem combinada de gestão de capacidade”.

A primeira administração Trump havia aprovado a Northeast Alliance em janeiro de 2021. A companhia de baixo custo também alegou que a JetBlue precisará comprar milhas mais caras da United para oferecer voos internacionais e rotas que não opera, o que aumentaria o custo das passagens. Além disso, a Spirit afirma que, como a parceria prevê coordenação em contas corporativas valiosas, dificultará ainda mais a entrada de novas companhias aéreas nos aeroportos de Nova York e Boston.

JetBlue rebate argumentos da Spirit

Em nota enviada ao site Skift, a JetBlue criticou a decisão da Spirit de apresentar a queixa: “A denúncia da Spirit deturpa a Blue Sky e distorce os fatos sobre como JetBlue e United pretendem beneficiar os clientes,” afirmou a JetBlue. “A Blue Sky é construída com o objetivo de oferecer mais valor e opções aos viajantes. Por meio de um acordo padrão de fidelidade, os clientes poderão ganhar e resgatar pontos/milhas com mais facilidade e acessar benefícios exclusivos.”

A JetBlue também ressaltou que continuará competindo com a United. “A Blue Sky envolve um acordo interline padrão da indústria e não inclui coordenação de horários ou divisão de receitas,” acrescentou a companhia com sede em Nova York. “JetBlue e United continuarão como concorrentes, cada uma publicando, precificando e comercializando voos de forma independente, sob suas próprias marcas e números de voo, além de tomarem decisões de rede de forma autônoma.”

O Departamento de Transporte não respondeu imediatamente ao pedido de comentário. A Spirit também não quis comentar a queixa.

Reestruturação da Spirit Airlines

A Spirit entrou com pedido de falência (Chapter 11) no ano passado para reestruturar sua dívida após anos de prejuízos, especialmente depois que a fusão com a JetBlue foi anulada pela justiça. Desde que saiu da falência em março, a Spirit vem tentando traçar um novo caminho como uma empresa aérea independente.

Entre os planos anunciados anteriormente estão oferecer Wi-Fi gratuito aos passageiros e adicionar assentos premium às suas cabines. A companhia também nomeou Dave Davis, executivo da Sun Country, como novo CEO em abril, logo após Ted Christie anunciar sua renúncia.

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