Victor Fernandes   |   02/06/2022 16:04
Atualizada em 02/06/2022 16:07

Petrobras reajusta preço do querosene de aviação em 11,4%

O QAV responde por mais de um terço dos custos totais das companhias aéreas brasileiras

Divulgação
Eduardo Sanovicz, presidente da Abear
Eduardo Sanovicz, presidente da Abear
A Petrobras anunciou reajuste de 11,4% no preço do querosene de aviação (QAV), em relação a maio, segundo dados da empresa compilados pela Abear. De 1º de janeiro a 1º de junho, o combustível dos aviões acumula alta de 64,3%. Historicamente, o QAV é o item de maior peso para a aviação, pois responde por mais de um terço dos custos totais das companhias.

“Esses dados comprovam a pressão diária que as empresas enfrentam com a alta dos custos estruturais, especialmente o preço do QAV, que tem sido impactado pela alta da cotação do barril de petróleo no mercado internacional, por causa da guerra na Ucrânia. A valorização do dólar em relação ao real também é um desafio cotidiano, já que metade dos custos do setor são dolarizados”, afirmou o presidente da associação, Eduardo Sanovicz.

A Abear destaca que o preço de uma passagem aérea tem relação direta com os custos das companhias. No Brasil, o preço do QAV chega a ser 40% superior em comparação com a média global. Contribui para essa distorção a precificação do combustível, que cobra em dólares um insumo cujo nível de produção nacional é superior a 90%.

Em 2021, o País produziu 93% (ou 4,1 bilhões do consumo total de 4,4 bilhões de metros cúbicos) do QAV consumido e importou apenas 7%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP). Portanto, de acordo com a entidade, não faz sentido a parcela produzida no Brasil ser precificada pelos mesmos critérios do insumo importado.

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