Filip Calixto   |   17/06/2025 12:13
Atualizada em 17/06/2025 12:17

Extravio de bagagens na América Latina e Caribe cai 15% em 2024

Taxa na região passou de 6,43 para 5,5 malas extraviadas por mil passageiros

Divulgação/SITA
Relatório da SITA mostra que a taxa de extravio de bagagem na região caiu para\n\n5,5 malas por 1 mil passageiros em 2024
Relatório da SITA mostra que a taxa de extravio de bagagem na região caiu para\n\n5,5 malas por 1 mil passageiros em 2024

O setor aéreo da América Latina e do Caribe reduziu em quase 15% a taxa de extravio de bagagens em 2024. Os dados são do relatório Baggage IT Insights 2025, divulgado pela SITA.

A taxa na região passou de 6,43 para 5,5 malas extraviadas por mil passageiros, mesmo com o aumento no volume de viajantes. A queda é atribuída ao investimento em tecnologias de rastreamento em tempo real e melhorias operacionais.

Em âmbito global, o desempenho também melhorou. Apesar do aumento de 8,2% no tráfego mundial de passageiros em 2024, a taxa de extravio caiu de 6,9 para 6,3 malas por mil passageiros. Isso representa uma redução de 67% em comparação com os números de 2007.

Principais números globais do relatório

  • 33,4 milhões de malas foram extraviadas no mundo em 2024
  • Mais de 66% (22 milhões) foram devolvidas em até 48 horas
  • Dessas, 25% foram restituídas em até 12 horas
  • 38% em 24 horas
  • Outros 38% em até 48 horas

Apesar dos avanços, segundo o mesmo relatório, o custo do gerenciamento inadequado de bagagens alcançou US$ 5 bilhões no ano passado. Os principais custos envolvem serviços de devolução, atendimento ao cliente, reclamações e perda de produtividade.

"No transporte aéreo, a transformação não é mais uma fase, é a norma. Agora, os passageiros esperam que a experiência com a bagagem seja tão fácil e transparente quanto usar um aplicativo de carro ou delivery"

David Lavorel, CEO da SITA.

Aumento na adoção de tecnologia e automação

A maturidade digital se consolidou no setor, segundo também sugere o estudo. Recursos que antes eram considerados experimentais — como rastreamento em tempo real, IA e autoatendimento — estão se tornando padrão em aeroportos e companhias aéreas.

Entre os dados destacados nesse aspecto estão os seguintes:

  • 42% dos passageiros receberam atualizações em tempo real sobre suas bagagens (em 2023, eram 38%)
  • 66% das companhias aéreas já oferecem despacho automatizado - outros 16% planejam adotar até 2027
  • 65% dos aeroportos preveem implementar despacho biométrico até 2027

Integração entre Apple e SITA acelera devoluções

Uma das inovações citadas no relatório é a integração do recurso Share Item Location, da Apple, com a plataforma WorldTracer da SITA. Passageiros podem compartilhar a localização de suas bagagens via AirTag com as companhias aéreas, agilizando a devolução. Empresas como British Airways, Lufthansa, Qantas, Cathay e Virgin Atlantic já adotaram a funcionalidade.

Além disso, o sistema WorldTracer Auto Reflight permite o reenvio automático das malas com a etiqueta original e inicia a resolução sem intervenção manual.

Principais causas de extravio de bagagens em 2024

  • 74%: bagagens atrasadas (queda de 6 pontos percentuais em relação a 2023)
  • 18%: danificadas ou furtadas (aumento em relação aos 15% de 2023)
  • 8%: perdidas ou roubadas

Quanto às falhas operacionais

  • 41%: erro no manuseio de transferências (melhora em relação aos 46% do ano anterior)
  • 17%: erros de etiquetagem, bilhetes e segurança (aumento de 3 pontos)
  • 16%: falhas no carregamento (estável)
  • 10%: fatores operacionais como clima ou aduanas (subida de 2 pontos)

"Estamos fazendo progressos, mas a questão das bagagens ainda causa estresse ao setor. O futuro das malas está evoluindo rapidamente com automação, visão computacional e ferramentas móveis"

disse Nicole Hogg, diretora de bagagem da SITA.

Novas normas

O setor aprovou o novo padrão Modern Baggage Messaging (MBM), versão 2, com o objetivo de melhorar a qualidade dos dados e reduzir em até 5% os erros de manuseio. A atualização complementa a Resolução 753 da IATA, que exige rastreamento das bagagens em quatro etapas principais do trajeto.

A visão da indústria é transformar o manuseio de bagagens em um serviço eficiente, não em um ponto de atrito na jornada do passageiro.

"Cada mala é importante. Trata-se de criar confiança em todo o trajeto, e a tecnologia está claramente tornando isso possível", reforçou Hogg.

O relatório da SITA (disponível AQUI) consolida dados de 280 companhias aéreas, ponderados com base nas estatísticas de tráfego de passageiros da IATA.

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