Há mais de uma década, sempre no final de maio ou início de junho, a cidade de Miami, na Flórida, recebe um dos eventos mais vibrantes do calendário de Turismo: a LE Miami, feira de Turismo de luxo que traz uma proposta diferenciada, unindo negócios com experiências autênticas, em um formato que lembra um festival. 

Com uma presença significativa de agentes de viagens brasileiros, o evento reúne, principalmente, hotéis de luxo e propriedades icônicas e que – geralmente – só participam, de fato, da LE Miami.

Isso, segundo os profissionais do Turismo, é um motivo para a vinda de muitos deles. É, também, um dos fatores que fazem com que a feira seja uma das mais interessantes, diferentes e agitadas do calendário do segmento de viagens de alto padrão.

A PANROTAS teve a oportunidade de acompanhar e fazer a cobertura da LE Miami pela primeira vez neste ano. E entendeu, de perto, porque este evento é um marco na agenda de quem trabalha com o melhor que há em Turismo de luxo.

A palavra “luxo” já foi sinônimo de ostentação: hotéis cinco estrelas com mármore do chão ao teto, passagens aéreas em cabines ultra privativas e experiências inacessíveis à maioria das pessoas. Hoje, no entanto, esse conceito evoluiu. O que o viajante de luxo busca não é apenas o que é caro, mas o que é exclusivo, autêntico e memorável.

O evento evidenciou que o luxo atual é menos sobre mostrar e mais sobre sentir. Trata-se de vivenciar algo que não pode ser facilmente replicado: aprender com comunidades locais, explorar destinos fora do óbvio, experimentar o equilíbrio entre corpo e mente em hotéis que combinam wellness e sofisticação.

Esse público é multifacetado. De um lado, estão os jovens que cresceram em um mundo conectado e querem experiências “instagramáveis”, mas com substância. De outro, os viajantes tradicionais, que antes priorizavam o conforto absoluto e agora buscam propósito em cada viagem.

Seja qual for o perfil, todos têm algo em comum: querem que cada viagem conte uma história única. 

Não basta visitar Paris; é preciso ter acesso a um jantar exclusivo em um ateliê de arte. Não basta se hospedar em um resort no Caribe; é necessário ter um programa de bem-estar personalizado que una fitness, gastronomia e relaxamento.

Na LE Miami 2025, ficou claro que a indústria caminha em direção a quatro grandes eixos:

Exclusividade sob medida: experiências que parecem feitas para uma única pessoa, seja um roteiro gastronômico elaborado pelo próprio chef ou um passeio em rotas alternativas na Espanha, como os paradores apresentados pela Turespaña;

Bem-estar elevado a experiência principal: academias de alto padrão, retiros de yoga e programas de saúde integrados não são mais complemento da viagem, mas o produto em si. O Equinox Hotel, em Nova York, mostra bem como é isso com seu conceito “fitness luxury”;

Autenticidade e cultura: o viajante quer se conectar ao que é real. Destinos que valorizam suas raízes – da cena esportiva de Miami à gastronomia premiada local – conquistam espaço no calendário de luxo.

Eventos como imã de luxo: grandes competições esportivas, festivais de arte e happenings culturais se tornaram catalisadores de viagens premium, pois oferecem acesso e exclusividade para poucos.

A presença de profissionais brasileiros em peso mostrou que o País está cada vez mais conectado a essa indústria. Seja para comprar novos produtos e experiências, seja para até mesmo posicionar o Brasil como destino de luxo, o networking em Miami reforçou a relevância desse mercado.

Consultores de viagens de grupos Travel Designers Group, Embark Beyond e Primetour, além de agências como Sete Mares, Matueté, Teresa Perez, foram em busca de novidades e, principalmente, contatos para construir uma rede robusta de opções para os clientes.

A busca de agentes e operadores nacionais por novidades exclusivas comprova, inclusive, que o viajante brasileiro de alto padrão segue exigente e aberto a investir em experiências transformadoras. Ao mesmo tempo, marcas internacionais olham para o Brasil como um público de alto potencial, interessado em inovação e qualidade.

Mais do que um nicho, o luxo se tornou uma mentalidade dentro do Turismo global. Ele influencia desde os grandes resorts até as companhias aéreas e destinos que querem atrair esse público. O que está em jogo não é apenas a renda disponível, mas a disposição de pagar por aquilo que é verdadeiramente significativo.

A LE Miami mostrou que, se o luxo do passado era um espelho dourado de status, o luxo de hoje é um convite a olhar para dentro – e para o mundo – de maneira mais profunda, mais consciente e mais personalizada.

E, nesse cenário, a feira segue como vitrine indispensável: ousada, inspiradora e essencial para quem quer entender o futuro das viagens de alto padrão.

A PANROTAS viajou a convite da LE Miami, com proteção Intermac.