Artur Luiz Andrade   |   23/04/2020 14:19
Atualizada em 23/04/2020 16:52

Como será a CVC Corp pós-pandemia? CEO detalha os planos

Leonel Andrade conta planos para a nova CVC Corp, pós-pandemia: menos marcas e sem demissões



Há três semanas comandando de casa o maior grupo de distribuição de Viagens e Turismo do País, o executivo Leonel Andrade falou ao Portal PANROTAS sobre o que o mercado e os colaboradores podem esperar da CVC Corp no curto e no longo prazo. Sua estratégia do negócio somou-se àquela necessária para enfrentar a crise causada pela pandemia (e as tendências e mudanças ditadas por ela) e vem aí uma nova CVC Corp.

“A nova CVC virá de uma evolução dos negócios e não de uma revolução. Posso garantir isso”, adiantou. “Somos uma empresa com 48 anos, incorporamos outras marcas nesse caminho, e pensamos a longo prazo. Não vai haver uma revolução (após a pandemia), mas sim evolução”, garante.

A entrevista completa será publicada amanhã, na Revista PANROTAS e em vídeo no Portal PANROTAS, mas confira a seguir alguns destaques da conversa com Leonel Andrade, que já presidiu sete empresas, a última delas o Smiles.

Divulgação
Leonel Andrade
Leonel Andrade

CVC MAIS ENXUTA?

O presidente da CVC Corp afirmou que não há planos de demissão. Mas quer chegar daqui a cinco anos com os mesmos 4 mil funcionários atuais. “Queremos estar três vezes maiores sem termos de ter três vezes mais funcionários”, afirmou, elogiando o comprometimento dos colaboradores no momento do anúncio do corte de jornada e salário por conta da crise da covid-19. “Todos comprometidos com esse projeto de longo prazo”.

MENOS MARCAS?
De acordo com ele, sim. Mas nada com martelo batido ainda. Segundo Andrade, hoje há algumas marcas fazendo a mesma coisa e isso será resolvido depois de estudos profundos, nada de imediato, sem análises. Também integração de sistemas e canais e implantação de novos sistemas, que atendam à necessidade de agilidade e flexibilização, além de um novo plano de internacionalização estão no radar, mas, de novo, nada no curto prazo. “Para mudarmos nosso core system leva três anos. E a internacionalização precisa ser avaliada ainda”, disse.

PROFISSIONAIS INDEPENDENTES
Leonel Andrade disse que uma das grandes fortalezas da CVC é sua capilaridade via mais de 1,4 mil lojas e de milhares de agentes de viagens independentes. E que isso não inviabiliza ou atrapalha o plano de tornar a empresa mais digital. “Basta ver o que o Magazine Luiza fez. Esse é o modelo. Um canal se beneficia do outro”, garante.

“Nessa crise, ganhamos em reputação e tivemos uma vantagem competitiva com nossas lojas. O dono conhece os clientes. Fretamos avião para trazer viajantes do Exterior. Monitoramos todos. É importante ter um profissional te ajudando nessas horas, mas isso não impede que nossa rede de agências seja mais digital”.

Mas ele sabe que, depois da crise, franqueados e agentes de viagens independentes podem ver que não precisam necessariamente ter uma loja física. E a CVC Corp já está preparando uma plataforma em que esses profissionais consigam manter o relacionamento com os clientes e o acesso à estrutura e contratos da CVC, sem precisar estarem em uma loja. O home office é tendência mundial e a crise deve acelerar isso no Brasil.


Divulgação
Andrade já com a camisa da CVC Corp. Ele ainda não conheceu os funcionários pessoalmente, mas já fez reunião virtual com mais de 100 lideranças e se apresentou para mais de três mil colaboradores
Andrade já com a camisa da CVC Corp. Ele ainda não conheceu os funcionários pessoalmente, mas já fez reunião virtual com mais de 100 lideranças e se apresentou para mais de três mil colaboradores
RETOMADA

Definindo-se como conservador, Leonel Andrade acredita que o doméstico e o corporativo voltam este ano ainda, com o primeiro mais acelerado no último trimestre, e o segundo com mais lentidão, pois as pessoas mudaram seus hábitos. Mas um movimento igual ao de 2019, por exemplo, ele só vê em 2023. Isso mesmo, daqui a três anos.

E quando fala em doméstico, ele aposta no Nordeste e em destinos ao ar livre. Primeiro, perto de casa, depois, mais distantes. A CVC já está se preparando para isso, negociando com fornecedores e preparando uma campanha. "Vamos voltar a comprar bem (para essa retomada) e o mercado espera isso", disse.

Na entrevista ele abordou ainda questões como a caminhada da empresa durante a crise, o relacionamento com clientes e fornecedores nesse momento de tensão mundial, as apostas no luxo e em sustentabilidade, nesse último caso com foco na educação, questões financeiras, como o plano de capitalização divulgado hoje visando ao longo prazo ou a saúde financeira dos franqueados, e ainda as medidas do governo neste momento, além das lições que a crise e decisões do passado estão gerando no grupo.

Amanhã, a íntegra na Revista e no Portal PANROTAS.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Foto de Artur Luiz Andrade

Conteúdos por

Artur Luiz Andrade

Artur Luiz Andrade tem 18729 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.