Antonio R. Rocha   |   27/12/2018 15:05

Natal ganha Museu da Rampa, com foco na Segunda Guerra

Cheio de história, complexo cultural terá área construída corresponde a 13 mil metros quadrados


Divulgação

Finalmente, Natal entra - através da memória preservada - na História da Segunda Guerra Mundial. A capital potiguar, considerada o Trampolim da Vitória pelas bases aliadas, jamais incorporou tal importância a seu acervo turístico-histórico-cultural.

O tão esperado Museu da Rampa será inaugurado hoje, às 16h no horário local (17h no de Brasília). O equipamento passou do completo abandono a um complexo cultural estruturado para receber turistas e recontar a importância da participação de Natal nos rumos da Segunda Guerra Mundial. É uma atração turística que promete mudar também a fisionomia daquele pedaço esquecido da cidade, já que fica numa região pouco habitada, às margens do rio Potengi.

O Complexo terá museus, memorial (área para exposições temporárias e permanentes), auditório para 126 pessoas, bar temático, espaço para estacionamento de 85 carros, lojas de souvenir e píer para contemplação do pôr do sol do Rio Potengi, pouco explorado até mesmo pela população local por falta de uma área propícia.

HISTÓRIA DO LOCAL

A Rampa para hidroaviões no Rio Potengi foi ponto obrigatório para aviadores que atravessavam o Atlântico Sul entre as décadas de 1920 e 1940. Mais tarde, durante o conflito mundial, sua posição estratégica, situada no “cotovelo” da América do Sul, abrigou a maior base militar dos EUA fora daquele país, se tornando a pista de pouso mais movimentada do mundo para aeroplanos e hidroaviões durante o período.

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A data de 29 de janeiro de 1943 é marcada na história de Natal pelo encontro entre o presidente americano durante a Segunda Guerra, Franklin Delano Roosevelt, e o presidente brasileiro Getúlio Vargas. Na ocasião, eles celebraram, na Rampa, a Conferência do Potengi, transformando o local em base militar americana e selando a participação dos EUA no conflito, que resultaria na vitória dos Aliados contra o nazifascismo dos Países do Eixo.

“Natal ficou conhecida como Trampolim da Vitória em razão dessa participação na Segunda Guerra. À época, quase 20% da população natalense era composta por militares americanos, que influenciaram nosso povo com sua cultura e costumes. Então, queremos resgatar essa história com o Complexo da Rampa e atrair o turista norte-americano de volta à nossa cidade”, concluiu o secretário Manuel Gaspar.

COMPLEXO DA RAMPA
Quase 30 projetos integrados - O Complexo da Rampa contempla, ao todo, 28 projetos independentes, desde paisagismo, concepção visual e acústica até questões de patrimônio histórico, museologia e restauração. A área construída corresponde a 13 mil metros quadrados, com destaque para o Memorial do Aviador, dotado de recepção, bilheteria, auditório, espaço em homenagem aos aviadores e promoção de eventos culturais, área de administração e instalações sanitárias.

Além dos novos equipamentos, o projeto também conservou as evidências históricas da edificação, com recuperação das estruturaras degradadas e reconstrução das que estavam em colapso, contribuindo para a preservação da memória da cidade. O projeto arquitetônico é assinado pelo arquiteto potiguar Carlos Ribeiro Dantas. A obra foi viabilizada por meio de convênio com o Ministério do Turismo e investimento de quase R$ 7,6 milhões, com contrapartida do Estado correspondente a aproximadamente R$ 1 milhão.

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