COP 30: presidente já teme menor presença por conta dos altos preços das hospedagens
André Côrrea diz que será muito triste se o custo das diárias reduzir o número de representantes no evento
O presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), André Aranha Corrêa do Lago, não escondeu sua preocupação com os altos preços das hospedagens em Belém, sede do evento que acontece agora em novembro. Segundo ele, seria “muito triste” se o custo das diárias se tornasse responsável por reduzir o número de representantes de delegações internacionais.
Como vimos aqui no Portal PANROTAS, o governo federal, por meio do Ministério do Turismo, anunciou que 61 países já confirmaram presença no evento. Outros 33 países estão em tratativas para viabilizar sua participação. Entre as confirmações destacam-se Japão, Espanha, Noruega, Portugal, Arábia Saudita, Egito, República Democrática do Congo e Singapura, que negociaram diretamente as suas hospedagens.
De acordo com André Aranha, foi de fato identificado como um problema a questão dos custos dos hotéis, que realmente estão muito acima do que se viu nas outras COPs. "Seria muito triste a gente ter uma COP menor por causa do preço de hotel", disse ele, em recente coletiva de imprensa. Ele ressaltou, no entanto, que tanto o governo federal quanto o governo do Pará estão trabalhando para tentar reduzir os preços.
Belém (PA) enfrenta esta que é uma crise difícil de resolver, com diárias que ultrapassam, muitas vezes, os R$ 10 mil. Uma onda de críticas por problemas logísticos, preços abusivos e desorganização vem "manchando" a organização do evento, que ocorrerá de 10 a 21 de novembro, como vimos em matéria especial na PANROTAS.
É a primeira vez que a região amazônica sedia a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, evento considerado um dos mais importantes fóruns globais sobre o clima. A expectativa é reunir mais de 60 mil participantes, entre chefes de Estado, autoridades internacionais, cientistas, ativistas, entre outros profissionais.
A escolha de Belém foi vista inicialmente como uma oportunidade simbólica e estratégica para dar visibilidade à preservação da Amazônia, mas a falta de infraestrutura adequada, especialmente no setor hoteleiro, vem gerando críticas e ameaças de boicote.