Rodrigo Vieira   |   21/03/2024 08:00

Como se posicionam os parques no ecossistema Disney?

PANROTAS visitou o escritório de The Walt Disney Company no Brasil para entrevista exclusiva

PANROTAS / Marluce Balbino
Carla Pereira, Latam Head de Marketing Consumer Products na The Walt Disney Company Brasil, Cinthia Douglas, diretora de Vendas e Marketing de Disney Destinations, e Cláudia Neufeld, VP de Marketing na The Walt Disney Company Brasil
Carla Pereira, Latam Head de Marketing Consumer Products na The Walt Disney Company Brasil, Cinthia Douglas, diretora de Vendas e Marketing de Disney Destinations, e Cláudia Neufeld, VP de Marketing na The Walt Disney Company Brasil

The Walt Disney Company é dessas empresas tão imponentes que às vezes causa até estranheza categorizá-la como "empresa". Estilo de vida, cultura... planeta Disney. Mais de dez marcas respondem para The Walt Disney Company, todas voltadas aos setores de entretenimento, comunicação, hospitalidade, bens de consumo, esportes, e muitos mais. Pixar, Marvel, Lucasfilm (Star Wars), ESPN, NatGeo, Hulu, os resorts e parques.

Tudo começou com as orelhas do Mickey

No palco do Fórum PANROTAS, a VP de Marketing da Walt Disney Company Brasil, Cláudia Neufeld, mostrou um mapa desenhado pelo fundador da empresa nos anos 1950. O infográfico, publicado à época no The New York Times, mostrava como Walt Disney pensava na empresa lá atrás. Nele, vê-se que os traços ligam todas as empresas por todas as vias. Parques com filmes, bens de consumo com gibis, desenhos animados, personagens, entretenimento... As orelhinhas deram o pontapé inicial dessa trajetória.

A PANROTAS aproveitou a feliz coincidência de que o escritório desse ecossistema fica ali, a poucos passos de onde foi realizado seu evento, e aceitou o convite de Walt Disney Company Brasil para conhecer o local e, na sala temática de Frozen (o escritório é quase um parque), tirar essa curiosidade. Afinal, qual o tamanho da importância dos parques nesse contexto todo? Qual o tamanho da cobrança para que, no fim do dia, o grupo converta seu sucesso em visitas ao complexo The Walt Disney World em Orlando, além dos cruzeiros e parques em outras localidades?

Ecossistema Disney

"Não é uma questão de cobrança. Está no nosso DNA levar visitantes para os parques e cruzeiros. Quanto mais visitantes exploram esses produtos, melhor para nós. Nossa linha de negócios é a Disney, e não importa por onde a experiência comece. O que buscamos é ter fãs de Disney por todos os os lados. Afinal, para o fã, Disney é Disney. Então não há um foco definido para cinema, produto ou parque. Tudo se retroalimenta", esclarece Cláudia Neufeld.

Carla Pereira, head de Marketing de Produtos de Consumo para América Latina da The Walt Disney Company Brasil, resume a questão com um ícone da marca. "Essa sinergia existe desde 1955, quando o primeiro parque foi lançado já com as orelhinhas [de Mickey e Minnie]. Hoje a variedade de produtos é gigantesca, e eles tangibilizam a experiência no parque. Quando o visitante sai da atração e leva um produto para casa, ele está levando a emoção e vai se lembrar daquele momento toda vez que ver ou usar o produto. Além da lembrança, aquilo será um convite para ele ter novamente essa e outras experiências nos parques e navios. É um trabalho diário lembrar desses momentos e reforçar o movimento de voltar a ter todas as experiências", explica a executiva.

Disney é criteriosa com experiências

Ter essa múltipla variedade de marcas sob seu guarda-chuva pode facilitar o trabalho da The Walt Disney Company na conversão de clientes para cada uma delas, mas ao mesmo tempo é desafiador, sobretudo pelo conhecido critério da empresa em entregar a melhor experiência possível ao seu cliente.

"Tomamos muito cuidado para manter nosso DNA de um grupo absolutamente detalhista. Os fãs de Marvel não querem necessariamente ser atingidos por elementos Disney. Nossa missão é fazer o produto Marvel chegar até ele, mas sem misturar as coisas", continua Carla. "Assim é nos parques. Quando lançamos Star Wars: Galaxy's Edge, por exemplo, prestamos muita atenção para garantir que os produtos na área levasse o DNA de Star Wars. É um contato intenso com todas as equipes envolvidas para garantir que a experiência do brasileiro fã de Star Wars."

PANROTAS/Gute Garbelotto
Mickey e Minnie Mouse animaram o público no primeiro dia de Fórum PANROTAS 2024
Mickey e Minnie Mouse animaram o público no primeiro dia de Fórum PANROTAS 2024

No fim das contas é tudo Disney

No último filme de Toy Story foi assim, relembra Cinthia Douglas, diretora de Vendas e Marketing da Disney Destinations. "Levamos influenciadores para levar conteúdo dos filmes nos parques. Eles iam com nossos produtos e de lá mostravam uma experiência completa, imersiva, mostrando o que vinha pela frente. Quando entendemos que o que fazemos é gerar conexões emocionais, tanto faz aonde a experiência começa. Tanto que nunca na minha trajetória de Disney as coisas foram separadas, por mais que desde o início tenha sido nos parques. Não há nenhuma vaga em que a pessoa trabalhe por si só", afirma ela. "E por isso sempre recomendamos aos agentes de viagens que estejam por dentro dos filmes e outras peças Disney."

Há quem ame vestir a camisa de Mickey Mouse, há quem ame as princesas, o Senhor Cabeça de Batata de Toy Story, há quem prefira ver seu time preferido na ESPN... há quem ame todas essas opções. No fim das contas, é tudo Disney.

D23 no Brasil - pela primeira vez na América Latina

O D23 Expo é um evento bienal organizado pela The Walt Disney Company, que serve como uma celebração dos produtos, serviços e propriedades intelectuais da empresa. O nome "D23" é uma referência ao ano de fundação da Disney, 1923, por Walt Disney.

Pela primeira vez, "depois de muito esforço por parte do escritório brasileiro", o evento vem ao Brasil, e as expectativas estão elevadíssimas. Marcado para novembro, em São Paulo, o evento deve atrair fãs de toda a América Latina e promete uma experiência imersiva no universo Disney.

“É uma maneira de oferecer o 360° da Disney. O Brasil foi escolhido para ser esse palco porque tivemos resultados fenomenais com o Mundo Pixar e porque, no País, todos os eventos de grande porte que oferecem experiências estão sendo um sucesso, com muita procura”, aponta Carla Pereira.

Todas as linhas de negócios, bens de consumo licenciados e parceiros estarão expostos no D23 no Brasil. As executivas ressaltam que parcerias B2B são benvindas, mas quem não correr pode ficar para trás. "Quem tiver interesse em participar, a hora é agora. As cotas de patrocínio estão acabando. Ainda há espaços, mas depois que a formatação acabar, a oportunidade se vai", alertam.

Anúncios inéditos na área de hospitalidade devem fazer parte da D23 no Brasil, conclui Cinthia Douglas.

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