Pedro Menezes   |   30/05/2025 16:28
Atualizada em 31/05/2025 10:26

Câmara do Rio debate projeto que autoriza construção do parque temático Imagine

Segundo a empresa Rock World, iniciativa deve movimentar R$ 274 bilhões e gerar 143 mil empregos


Luciola Villela/CMRJ
 Vereadores da Câmara do Rio realizaram uma reunião com representantes do Poder Executivo para esclarecer dúvidas sobre o Projeto de Lei Complementar que aprova a construção do novo parque temático
Vereadores da Câmara do Rio realizaram uma reunião com representantes do Poder Executivo para esclarecer dúvidas sobre o Projeto de Lei Complementar que aprova a construção do novo parque temático

O Rio de Janeiro vai ganhar o maior complexo de entretenimento da América Latina. O projeto histórico anunciado pelo idealizador do Rock in Rio, Roberto Medina, em setembro do ano passado, vai movimentar mais de R$ 9 bilhões por ano e terá o tamanho de um parque mundialmente famoso, como já vimos no Portal PANROTAS.

O projeto aguarda a aprovação da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para dar ínicio às obras. Nesta terça-feira (27), os vereadores da Câmara do Rio realizaram uma reunião com representantes do Poder Executivo para esclarecer dúvidas sobre o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 169/2024. Consequentemente, se aprovado, o projeto dará sinal verde para a construção do novo parque temático.

O PLC propõe uma OUC (Operação Urbana Consorciada - instrumento que permite que o poder público e a iniciativa privada atuem juntos para promover transformações urbanas em determinadas áreas da cidade) para administrar, por 30 anos, os 1.180.000 m² do Parque Olímpico, com a transferência do potencial construtivo para outras áreas da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá.

A proposta da empresa Rock World prevê o Projeto Imagine, um complexo de lazer, esportes, cultura e negócios, com investimentos de R$ 2,7 bilhões. Segundo a empresa, a iniciativa deve movimentar R$ 274 bilhões e gerar 143 mil empregos.

Divulgação
O projeto ainda aguarda a aprovação da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para dar continuidade
O projeto ainda aguarda a aprovação da Câmara Municipal do Rio de Janeiro para dar continuidade

O encontro foi um pedido de parlamentares que entenderam que o PLC, que já está em pauta, precisava ser mais bem discutido antes de ir a plenário. A votação em primeira discussão do texto, que aconteceria nesta terça-feira (27), deverá ser adiada por até duas sessões.

“Fizemos um acordo no colégio de líderes para realizar esta reunião técnica, e faremos quantas forem necessárias para tirar dúvidas. Esse diálogo é fundamental e a Câmara do Rio sempre busca dar transparência e segurança para os projetos importantes para a cidade. Na busca do aperfeiçoamento para termos a melhor decisão possível, vamos receber as emendas dos vereadores e começar o processo de entendimento"

Presidente da Câmara, Carlo Caiado (PSD)

As principais questões levantadas pelos parlamentares envolveram a necessidade de haver na lei garantias para a execução do projeto — como um plano de faseamento, ou seja, a liberação dos benefícios mediante o cumprimento das obrigações assumidas pelo ente privado —, regras de contrapartidas voltadas à melhoria da mobilidade urbana na região e também a proporcionalidade dos benefícios em relação aos projetos de reforma de São Januário e do Autódromo de Guaratiba, sobretudo no que diz respeito à venda do potencial construtivo.

“Nos dois projetos (São Januário e Autódromo de Guaratiba) nós criamos um modelo de faseamento, mas nesse projeto nós não vemos uma garantia de que o parque será feito. Confiamos muito na Rock World, mas é importante que na lei nós tenhamos alguma garantia. É importante também termos uma Comissão de Acompanhamento, para ajudar nas cobranças. Vamos também apresentar uma emenda sobre contrapartidas de mobilidade, para que a prefeitura possa ter recursos para viabilizar a operação do trânsito”

Presidente da Câmara, Carlo Caiado (PSD)

O vereador Junior da Lucinha (PSD) questionou a Prefeitura sobre como será o acesso gratuito a áreas públicas durante a realização de eventos privados pela concessionária. Pedro Duarte (Novo), presidente da Comissão de Assuntos Urbanos, disse que recebeu da Rock World sugestões de obras para melhorias de mobilidade na região e elogiou o projeto apresentado pela empresa.

O vereador Felipe Pires (PT) demonstrou preocupação em relação aos equipamentos públicos que existem na área do Parque Olímpico hoje, como o Ginásio Educacional Olímpico (GEO) Isabel Salgado. A prefeitura garantiu que eles continuarão em funcionamento, exatamente como estão atualmente.

Divulgação
A proposta da empresa Rock World prevê o Projeto Imagine, um complexo de lazer, esportes, cultura e negócios, com investimentos de R$ 2,7 bilhões
A proposta da empresa Rock World prevê o Projeto Imagine, um complexo de lazer, esportes, cultura e negócios, com investimentos de R$ 2,7 bilhões

PLC ‘dilui’ a construção de prédios em outras áreas da região

Gustavo Guerrante ressaltou que a lei atualmente em vigor, de 2013, responsável por viabilizar a construção do Parque Olímpico, concentrava todas as edificações naquela mesma região. Ele explicou que o PLC dilui o potencial construtivo pela Área de Planejamento 4, desafogando o trânsito que seria criado caso todos os prédios fossem erguidos onde originalmente estavam previstos.

O secretário também concordou com a demanda da Câmara de emendar o texto para prever faseamento e criação de comissão de acompanhamento, e lembrou que houve emendas na OUC da reforma do estádio do Vasco para melhorar a mobilidade do entorno, e o governo estaria disposto a aceitar modificações na mesma linha.

“Com a implantação de um equipamento dessa qualidade, podemos trazer uma continuidade de eventos para a cidade todo o ano, aproveitando uma área que já foi qualificada pela prefeitura nas Olimpíadas. Isso vai trazer mais desenvolvimento econômico e uma melhor distribuição do uso da terra, já que o potencial construtivo vai ser diluído por uma área mais ampla. E sem usar o caixa da prefeitura”, disse Guerrante.

Terra Encantada foi o último parque temático do Rio de Janeiro

Reprodução/Facebook
Parque ficou aberto de 1998 a 2010
Parque ficou aberto de 1998 a 2010

O Terra Encantada foi o último grande parque de diversões inaugurado na cidade do Rio de Janeiro. Inaugurado em 1998 na Barra da Tijuca, o parque foi projetado para ser um dos mais modernos do Brasil, com um investimento de aproximadamente US$ 200 milhões.

Apesar disso, parque enfrentou diversos problemas desde sua inauguração, incluindo atrasos na abertura, falhas operacionais e acidentes graves. O mais trágico ocorreu em 2010, quando uma visitante de 61 anos morreu após cair da montanha-russa Monte Aurora. Esse incidente levou ao fechamento definitivo do espaço.

Em 2013, o terreno foi vendido para as construtoras Queiroz Galvão e Cyrela por cerca de R$ 1,5 bilhão. A demolição das estruturas começou em 2015 e foi concluída em 2016 . Atualmente, o local está sendo transformado em um empreendimento imobiliário chamado "Living Terra Encantada"

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