Raphael Silva   |   07/02/2018 11:43

Hotéis, OTAs e Google: até onde vai a competição?

CEO's de grandes grupos hoteleiros opinam sobre a competição pela atenção do hóspede no ambiente online e como se dá essa competição

Pixabay
Distribuição online e a disputa por espaço na web foram assuntos muito discutidos durante o Lodging Investment Summit, em Los Angeles
Distribuição online e a disputa por espaço na web foram assuntos muito discutidos durante o Lodging Investment Summit, em Los Angeles
Não é novidade para o Turismo que o Grupo Priceline e a Expedia dominam a distribuição hoteleira on-line pelo mundo, mas como será que esse duopólio é visto pelo mercado? A chegada e crescimento de nomes como Google Hotels e a possibilidade de o Airbnb apostar nos hotéis para incrementar seu portfólio pode representar uma ameaça real a essas OTAs gigantes?

Questões como essas foram abordadas pelo portal Skift junto a nomes fortes da hotelaria nos Estados Unidos durante o Americas Lodging Investment Summit, em Los Angeles, mostrando como o mercado enxerga as alternativas presentes e futuras na distribuição hoteleira.

Um dos grandes grupos hoteleiros do mundo, o Wyndham foi representado por seu CEO, Geoff Ballotti, no questionamento sobre a possibilidade de retirar seus produtos da Expedia. "Não vejo isso acontecendo. Eles sempre foram um grande parceiro para nossos franqueados e nós construímos uma conexão direta ao ver que essa relação era valorosa", explicou.

Quem não vê essa ligação com a Expedia tão inabalável é o CEO do Dream Hotel Group, Jay Stein. A marca hoteleira, inclusive, chegou a deixar o canal da OTA entre 2006 e 2007 por conta das altas comissões, associando-se à, então menos conhecida, Booking.com.

Três anos depois, o grupo, que já havia obtido força para renegociar os termos com a Expedia, voltou à prateleira da OTA. "Fomos espertos, pois vimos que tínhamos a oportunidade de negociar. Quando retornamos [à Expedia], eles foram mais razoáveis", afirmou Stein.

Renato Machado
CEO da Best Western, Kong exaltou o movimento do Airbnb e falou sobre a competição com Google e OTAs
CEO da Best Western, Kong exaltou o movimento do Airbnb e falou sobre a competição com Google e OTAs
COMPETIÇÃO NATURAL OU DESLEAL?
Ainda longe da dimensão conquistada por Priceline e Expedia, o Airbnb tenta incluir mais hotéis ao seu portfólio, movimento exaltado pelo CEO da Best Western, David Kong. "Se eu fosse eles, é exatamente o que eu faria", exaltou.

Segundo o executivo, o passo inicial - e fundamental - é conquistar uma ampla base de clientes, o que o Airbnb já conseguiu. O próximo passo, agora, é atender ao público com diferentes produtos, o que inclui desde residências a pousadas e hotéis.

"É uma progressão natural para eles [agregar mais hotéis]. Se eles comissionarem os hotéis, vão ganhar muito mais dinheiro para investir em tecnologia, marketing e suporte. É o que eu faria", reforçou Kong.

Google pode se tornar a próxima 'grande OTA' do mercado
Google pode se tornar a próxima 'grande OTA' do mercado
A monetização de público, em uma escala muito maior, chama a atenção em outra marca: o Google. Agora totalmente integrado ao mecanismo de buscas do site, o Google Hotels oferece filtros que facilitam a chegada do cliente à oferta desejada, mas até quando isso será gratuito?

"Acredito que o Google fará o que for preciso para monetizar seu mecanismo de busca ainda mais", opinou Kong. Segundo ele, valores investidos em publicidade e marketing pela Best Western "dobraram ou triplicaram" nos últimos anos, e a tendência é só aumentar.

Kong ainda defende que a competição com OTAs ou Google é um caminho sem saída. "Não podemos bater de frente com as OTAs por conta dos acordos que temos. Em relação ao Google, não é possível fazer nada, já que o domínio é deles. É uma realidade triste para a hotelaria", concluiu.

Enquanto uns veem a competição como desleal, outros visam parcerias para aparecer, seja no on-line ou no off-line. O SH Group é um exemplo. Diretor de Desenvolvimento do grupo, Mark Keiser vê a união com Google e OTAs como caminho para o crescimento.

"O Trivago gastou US$ 10 milhões em marketing. Toda vez que ligo a televisão, surge um comercial deles. Para nós, dizer que não queremos fazer parte disso seria besteira", finalizou Keiser.


*Fonte: Skift

conteúdo original: http://bit.ly/2BFz8R6

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Raphael Silva

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