Meliá abrirá na Argentina hotel da marca ZEL, operada em parceria com Rafael Nadal
Rede anunciou investimento de US$ 200 milhões na Argentina para sete novos hotéis nos próximos cinco anos

A Meliá Hotels International acaba de anunciar investimentos de US$ 200 milhões na Argentina para abrir sete novos empreendimentos nos próximos cinco anos. A ideia é crescer em El Calafate, onde será inaugurado um novo hotel no final de 2026; em Bariloche, para 2027; e também em Ushuaia. O plano inclui ainda Mendoza, Iguazú, Posadas e Salta. As informações são da Forbes.
Quando o plano estiver finalizado, a rede contará com 12 hotéis no país, entre os quais haverá um estabelecimento da marca ZEL, que é operada em parceria com o ex-tenista Rafael Nadal desde 2023. O primeiro hotel da marca foi inaugurado em 2023 em Mallorca, cidade natal do ex-número 1 do mundo. Também já existem unidades na Costa Brava e em Punta Cana.
“Até agora, todos os hotéis da marca estão em destinos de praia e o último foi inaugurado em Punta Cana. Este será o primeiro com conceito urbano”, explicou Víctor Donmez, diretor executivo para a América Latina da Meliá Hotels International. Ele acrescentou que outro hotel urbano será inaugurado posteriormente em Madri.

Atualmente, três dos cinco hotéis da rede espanhola na Argentina são próprios, enquanto os dois restantes operam sob o modelo de franquia - formato que será usado em todos os novos projetos voltados para o mercado local. Quando esses 12 hotéis estiverem operando, o faturamento da Meliá no país poderá chegar a US$ 300 milhões, em comparação com os US$ 70 milhões gerados atualmente pelos cinco em funcionamento.
“O mercado argentino tem um volume relevante, com bom poder aquisitivo, e houve grande avanço no segmento de luxo. Para nós, o negócio na Argentina tem dois pilares centrais: o mercado local e o internacional. Na América Latina, há mercados importantes como Brasil, México e Argentina. Aqui, 40% do nosso negócio vem de argentinos e 60% do mercado internacional”
Víctor Donmez, diretor executivo para a América Latina da Meliá Hotels
De acordo com isso, o plano de expansão no país prevê também a chegada de outras marcas. Em Ushuaia, já está em andamento a construção de um Hotel Gran Meliá e, na Costa do Leste, de um hotel da marca Innside, ambos em parceria com o Grupo Almarena — modelo que poderá ser replicado nas outras cidades.
Segundo Donmez, as mudanças na economia argentina não devem afetar esse plano de crescimento. “Já estamos há mais de 30 anos na Argentina, então essas mudanças não são novidade para nós. A economia argentina sempre teve ciclos, mas no final, como negócio, o retorno tem sido positivo. Passamos por momentos bons, ruins e regulares, mas sempre com resultado favorável”, explicou.
Ele detalhou, no entanto, que há outros mercados com taxas de rentabilidade mais atraentes — como o Caribe, onde o retorno pode variar de 8% a 15% ao ano, graças à chegada de um Turismo com alto poder aquisitivo e capacidade para pagar tarifas elevadas. Na Argentina, em contrapartida — e dependendo do cenário macroeconômico — esse retorno pode ficar entre 3% e 7% ao ano.
Primeiro passo no processo de expansão
O primeiro grande movimento da rede na Argentina como parte deste processo de expansão foi no edifício onde antes funcionava o hotel Sofitel Arroyo. Há um mês, passou a operar ali o Casa Lucía, considerado pelo grupo espanhol o pontapé inicial dessa nova fase.
“O hotel já estava em operação, então foi apenas uma troca de gestão”, ressaltou Donmez. Ele destacou que no ano passado — antes da entrada da Meliá — foram investidos US$ 7 milhões na reforma do prédio, e mais US$ milhão será adicionado este ano.
O foco do negócio será principalmente no Turismo internacional. No ano passado, 60% dos hóspedes vieram do Exterior, e a meta agora é atingir 70%, com taxa média de ocupação de 65%.
Para isso, o câmbio é um fator crucial. “As variações cambiais impactam o turismo internacional e regional, que são mais sensíveis a isso, especialmente com os turistas vindos do Brasil. No entanto, no segmento de alto padrão, onde atuamos, esse impacto é menor”, explicou o executivo. Ele ainda lembrou que “para a Argentina, a chegada de turistas brasileiros é fundamental, pois eles representam 35% do Turismo estrangeiro. Em outros mercados como Brasil ou México, esse peso é muito menor, já que 90% do movimento é gerado pelo Turismo interno”.