Felipe Lima   |   22/08/2018 18:24

Setor hoteleiro tem queda na diária média e no Revpar em 2017

Por conta do baixo desempenho, houve atração de investidores.

mohamed_hassan/Pixabay
Somente a ocupação média demonstrou melhora, chegando a 56,5%
Somente a ocupação média demonstrou melhora, chegando a 56,5%
A hotelaria brasileira registrou no ano passado uma leve recuperação na ocupação média, que chegou a 56,5%, 1,3 ponto percentual a mais do que fora registrado em 2016. No entanto, a diária média sofreu uma redução de 6,7% em 2017 se comparada ao ano anterior, atingindo o menor valor desde 2011. Já a receita por quarto disponível (Revpar) caiu pelo terceiro ano consecutivo, registrando um resultado negativo de 4,4% no ano passado frente a 2016.

O estudo faz parte da pesquisa “Hotelaria em números”, realizada pela divisão de Hotéis e Hospitalidade da consultoria imobiliária JLL, em parceria com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) e a Associação Brasileira de Resorts (ABR). A pesquisa foi feita com base em questionários preenchidos por mais de 490 hotéis, resorts e flats sobre seu desempenho em 2017.

De acordo com a análise, São Paulo, Fortaleza, Curitiba e Salvador foram as cidades com melhores desempenhos no ano passado. Já os mercados que tiveram maior crescimento de oferta de quartos entre 2014 e 2016, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Manaus, registraram queda na taxa de ocupação, além de redução acentuada no Revpar em comparação ao resto do País.

“O segmento de negócios foi responsável por quase 75% da demanda por quartos, com ocupação concentrada em hotéis urbanos. Vale lembrar, entretanto, que os hotéis tiveram que renegociar as diárias com as empresas a fim de manter o volume de ocupação, o que se refletiu sobre o Revpar e a valor médio das diárias”, ressalta o diretor de Hotéis e Hospitalidade da JLL para a América do Sul, Ricardo Mader.

Para este ano, a expectativa é que o setor hoteleiro apresente um desempenho mais favorável, com a retomada na taxa de ocupação e o crescimento da receita por quarto disponível. “A abertura do Four Seasons no final do ano, em São Paulo, reforça esse sentimento e mantém a expectativa prevista no começo do ano”, completa Mader.

HOTÉIS URBANOS
Por conta do baixo desempenho, os investidores não ficaram motivados para desenvolver novos hotéis e nenhum grande projeto foi anunciado no ano. As transações foram baixas no período, mas é possível destacar a compra do Hotel Windsor Atlântica Copacabana pelo Fundo Blackstone, convertendo-o para a marca Hilton.

RESORTS
Os resorts tiveram um aumento de 1,3% na ocupação em 2017, na comparação com o ano anterior. Porém, a receita total por apartamento ocupado foi 7,4% menor se comparada a 2016. De acordo com a pesquisa, são 119 resorts no País, sendo 32 de cadeias nacionais, 25 de internacionais e 62 são independentes. A maior parte (59,7%) fica no litoral e 40,3% estão no interior.

Assim como os hotéis urbanos, houve baixa atração de investidores e as transações foram menores, com destaque para o Grupo Rio Quente Resorts que adquiriu o Costa do Sauipe, na Bahia.

ESTRANGEIROS
Em 2017, o número de turistas estrangeiros que vieram ao Brasil ficou praticamente estagnado, com uma discreta alta de 0,6% frente a 2016, totalizando 6,6 milhões de visitantes. Deste total, 40% dos turistas vieram da Argentina e 7% dos EUA. Os visitantes estrangeiros costumam gastar, em média, R$ 383 em diárias de hotéis urbanos e abaixo de R$ 800 em diárias de resorts.

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