Marcos Martins   |   23/09/2019 09:00

Ocupação hoteleira cresce 5,7% e diária média segue em alta

Nova edição do Panorama da Hotelaria Brasileira revela ainda as previsões de crescimento da indústria hoteleira até 2024, com R$ 6,7 bilhões em investimentos


Nik Lanús/Unsplash
Confira dados de estudo sobre o setor
Confira dados de estudo sobre o setor
A hotelaria brasileira tem desempenho acima do previsto, de acordo com o 13º Panorama da Hotelaria Brasileira, divulgado pela Hotel Invest em parceria com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb). A ocupação dos hotéis continua crescendo rápido com alta de 5,7% no acumulado de janeiro a julho, em relação ao mesmo período de 2018.

A novidade fica com a diária que, após cinco anos em queda, voltou a subir, com acréscimo de 4% em valores reais, descontados os efeitos da inflação. Os dados representam uma média das 11 cidades analisadas no panorama.

Entre os principais destaques na receita por quarto disponível (Revpar) estão Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, todas com crescimento real de dois dígitos. Salvador, Porto Alegre, Curitiba e Brasília também crescem, em média 5,4%.

Somente Goiânia ficou estagnada, em razão do recente aumento de oferta, e Fortaleza caiu, devido ao incidente de segurança pública no começo do ano e aumento de preço das passagens aéreas após o cancelamento dos voos da Avianca Brasil. O crescimento real de RevpAR até o momento é 2,3 vezes superior ao orçado pelas redes associadas ao Fohb.

OCUPAÇÃO
As taxas de ocupação já voltaram a patamares próximos ao limite sazonal na maioria dos mercados. Em nove das 11 cidades a ocupação anual chega a ser superior a 65%. Com melhor ambiente econômico em 2020 e poucos hotéis em desenvolvimento, a pressão de demanda aumentará e, por consequência, o processo de recuperação de preços tende a se intensificar. Em seis das 11 cidades analisadas o crescimento real de diária já começou em 2019, com destaque para Belo Horizonte (+15,2%), São Paulo (+8,4%), Salvador (+6,4%) e Vitória (+5,7%).

Apesar do aumento de diária em 2019, as tarifas continuam entre 20% e 50% abaixo do pico histórico, descontada a inflação. O valor atual dos hotéis em diversas cidades é abaixo do custo de reposição. As tarifas precisam subir próximo a dois dígitos para a hotelaria recompor o seu potencial de lucro, segundo o estudo.

PICO HISTÓRICO
São Paulo foi o primeiro mercado a sentir a recuperação da demanda corporativa e de eventos. Depois de atingir o mínimo de 58% de ocupação no pico da crise, o índice já voltou próximo a 70% na média anual. Com maior pressão de demanda, os preços voltaram a crescer.

Caio Pimenta/ SPTuris
Capital paulista supera crise
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Apesar de o orçamento das redes ter previsto um crescimento real de apenas 1,9% para 2019, a edição anterior do panorama já sinalizava que haveria espaço para crescimentos mais expressivos, e é o que se vê no mercado atualmente. Para 2020, os aumentos devem se intensificar para o setor retomar seu potencial de valor. Em comparação com 2013, a distribuição média dos hotéis ainda está 50% abaixo em valores reais.

MAIS QUARTOS
O Brasil deve crescer 4,9% na oferta de hotéis até 2024 com R$ 6,7 bilhões em investimentos. Sobre a oferta em desenvolvimento, 75% das 25.984 novas unidades habitacionais (UHs) concentram-se no Sul e Sudeste. O destaque fica com São Paulo (8.696 em 55 hotéis), Minas Gerais (3.373 em em 25 hotéis), Santa Catarina (2.048 em 14 hotéis) e Rio de Janeiro (com 1.504 UHs em dez hotéis). O interior é o principal eixo de desenvolvimento de novos hotéis no Brasil e 50% das novas UHs serão construídas em municípios de até 300 mil habitantes.

Nos próximos anos a expansão da hotelaria continuará no País. Em relação ao total de apartamentos em desenvolvimento, 75% têm abertura prevista entre 2019 e 2021, 75% com localização na região Sul ou Sudeste, 66% nas cidades do interior ou região metropolitana e 65% têm de 100 a 199 apartamentos.

O estudo analisa o desempenho de 230 hotéis e 42.434 UHs, com dados do pipeline de 35 das principais redes hoteleiras do País. Clique aqui para ver o estudo na íntegra.

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