Cinco meses após chegar ao mercado imobiliário brasileiro, a MyDoor, startup que fraciona a compra de residências de alto padrão, expande suas operações para o Nordeste, com o lançamento de casas na Praia do Forte, em Salvador. O movimento faz parte da estratégia de expansão nacional da proptech, que tem como objetivo implementar o conceito de propriedade de luxo de uso compartilhado em território nacional, além de trazer "o melhor em termos de hospitalidade, financiamento direto e compra desburocratizada".

As casas possuem cinco ou seis suítes e serão comercializadas por meio de cotas a partir de R$ 550 mil, que podem ser adquiridas por até 8 proprietários. A cada cota vendida, um valor de R$ 10 mil será doado para uma entidade de assistência social da região.

De acordo com Fabio Godinho, CEO e co-fundador da MyDoor, a escolha pelo Nordeste ocorreu pelo grande potencial turístico do local e pela necessidade de suprir a demanda da oferta de segundas residências, além de resolver dores comuns de quem busca passar uma temporada fora de casa.

“O capital para investir em um imóvel de lazer é alto, sem contar com os custos mensais de manutenção e os imprevistos que podem surgir. Com a MyDoor, buscamos trazer para os proprietários de imóveis a experiência diferenciada que já oferecemos em São Paulo e amenizar preocupações em geral. Assim, uma viagem de final de semana, que antes era um gasto, passa a ser um investimento de longo prazo”, comentou.

PROPOSTA DA MYDOOR

A startup vislumbra um mercado endereçável de mais de R$ 500 bilhões no Brasil e já levantou sua primeira rodada de investimentos, liderada pela RTSC Holding, com a participação da Apex Partners, que avaliou a empresa em R$ 50 milhões. A proposta é o fracionamento na compra do segundo imóvel - que normalmente não pode ser financiado em bancos tradicionais -, com cotas a partir de R$ 185 mil. Na prática, cada residência poderá ter até oito proprietários, sendo que cada um terá direito a comprar no máximo quatro cotas por imóvel, cada uma correspondendo a 44 dias de uso ao ano.

De acordo com Godinho, hoje existem 100 milhões de ativos de segunda residência cuja utilização fica em torno de 12% ao ano. Dessa forma, o modelo de propriedade compartilhada surge como um aliado para reduzir a subutilização e amenizar o crescimento desordenado das cidades litorâneas e do interior, provocado pela falta de planejamento na implementação das moradias. "O movimento turístico de segundas residências cresceu de maneira rápida, o que causou impactos ambientais, culturais, sociais e econômicos. No entanto, com o modelo de propriedade compartilhada, uma mesma casa é utilizada por vários proprietários, gerando economia e garantindo um futuro sustentável das cidades”, explica.

Segurança jurídica e financeira também são pontos fortes, de acordo com a startup, envolvendo a compra desburocratizada do começo ao fim e linhas de crédito para financiamento direto em até 10 anos. Com a solução da MyDoor, o proprietário tem a oportunidade de rentabilizar seu investimento ao alugar o imóvel para outras pessoas nos dias vagos de suas cotas, além de dividir os custos com os demais proprietários.

Toda a administração do imóvel é realizada pela própria empresa, e inclui a gestão, decoração e manutenção das casas, eliminando preocupações com questões como limpeza da piscina, manutenção de plantas e jardim, gestão de funcionários, vazamentos e outros problemas comuns aos proprietários de segundas residências. Além disso, a MyDoor oferece serviços exclusivos e personalizados aos proprietários, como agendamentos de massagens, aulas de yoga, compras, entre outros.

Atualmente, a MyDoor conta com 20 casas à venda espalhadas pelo Litoral Norte de São Paulo (Maresias, Riviera de São Lourenço, Praia de Camburi, Praia de Juquehy, Praia da Baleia, Paúba), e interior de São Paulo (Terras de São José/Itu, Campos do Jordão).