Beatrice Teizen   |   07/10/2025 00:01

Ásia, expedições e iates de ultra luxo: tendências de cruzeiros apontadas pela Krooze

Insights foram compartilhados no Krooze Awards, que reuniu players da indústria em noite de celebração

PANROTAS / Filip Calixto
Luiz Vieira, da Krooze
Luiz Vieira, da Krooze

Além de premiar os melhores da indústria de cruzeiros, o Krooze Awards 2025, nesta segunda-feira (6), em São Paulo, revelou ainda uma série de tendências que este setor, que vive um momento de expansão e inovação, deve enfrentar nos próximos anos.

De acordo com a Krooze, com crescimento sólido nos últimos anos e novas demandas surgindo a cada temporada, as companhias e portos precisam acompanhar não apenas o aumento de passageiros, mas também as expectativas de conforto, conveniência e experiências diferenciadas.

Os números confirmam: a indústria não apenas se recuperou, como entrou em um novo ciclo. Em 2024, foram 34,6 milhões de cruzeiristas; em 2025, a previsão é de 37,7 milhões, um crescimento de quase 9% em apenas um ano; e para 2026 a expectativa é ultrapassar os 39 milhões de viajantes, segundo a Clia. Isso representa um aumento de mais de 12% em dois anos. Um aumento descrito como forte e responsável, lembrando que os cruzeiros ainda representam apenas cerca de 2% do Turismo global, com enorme espaço para avançar.

Esse avanço é visível também no investimento: só em 2025, 11 novos navios entram em operação, entre megaestruturas de mais de 5 mil leitos e iates de expedição de luxo com menos de 200 hóspedes. Até 2036, já estão encomendados 56 novos navios, somando mais de US$ 56 bilhões em investimentos.

Perfil e comportamento do viajante

O perfil de viajantes também muda rapidamente. Geração X e millennials lideram a retomada, e 31% dos hóspedes nos últimos dois anos eram estreantes. Além disso, 68% dos turistas internacionais que nunca viajaram de cruzeiro consideram embarcar pela primeira vez, enquanto uma em cada três viagens já reúne três gerações da mesma família. O crescimento de viajantes solo reforça essa diversificação, com cabines individuais e experiências feitas sob medida para quem prefere viajar sozinho.

E essa transformação é ainda mais clara quando olhamos para o comportamento digital. A conectividade total via Starlink já está presente em diversas frotas – com líderes como a Carnival implementado em 100% de seus navios e outras companhias em plena expansão desse recurso – garantindo internet veloz para redes sociais, streaming e até trabalho remoto em alto-mar. Esse avanço fala diretamente ao público mais jovem, que valoriza experiências compartilháveis, conectadas e sem barreiras tecnológicas.

Tendência por destino

Nos destinos, a Ásia desponta como protagonista, com Japão, Vietnã, Singapura e Tailândia recebendo mais navios e refletindo uma demanda reprimida de anos. Já o segmento de expedições cresce mais de 20% ao ano, com destaque para Antártica, Ártico e Galápagos, mas também para destinos quentes e remotos como Kimberley, na Austrália, a Polinésia Francesa e a costa da África. São viagens em pequenos navios, com tecnologia híbrida, palestras científicas e experiências que unem aventura, aprendizado e conforto.

Wikimedia Commons
Tailândia está recebendo mais navios
Tailândia está recebendo mais navios

O ultra luxo também acelera: só no Mediterrâneo, haverá 32% mais capacidade de cruzeiros de luxo em 2026 em comparação a 2025, com marcas como Explora Journeys, Ritz-Carlton, Four Seasons Yachts e Orient Express entrando em operação. Além disso, cresce a tendência dos navios no estilo iate: embarcações menores, exclusivas e intimistas, que oferecem serviço altamente personalizado e roteiros diferenciados. Esse novo formato não apenas redefine o conceito de luxo, mas também atrai um público mais jovem, formado por viajantes exigentes que buscam experiências autênticas, modernas e conectadas, sem abrir mão da sofisticação.

Tudo isso caminha lado a lado com a sustentabilidade. Hoje, mais de 60% dos novos navios já operam com GNL ou preparados para metanol, e até 2028 72% da frota terá capacidade de shore power. A meta é clara: emissões líquidas zero até 2050. E aqui fica um ponto importante: o Brasil precisa se preparar. Portos e destinos precisam acompanhar essa onda de inovação, para receber navios maiores e aproveitar plenamente esse crescimento.


A PANROTAS é media partner do Krooze Awards 2025

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Sobre o autor

Jornalista formada pela PUC-SP, com experiência em redações como Forbes Brasil e Agora São Paulo, além de colaborações para CNN Brasil e UOL. Entrou na PANROTAS em 2017, com foco especialmente no PANROTAS Corporativo, e, desde 2021, atua como coordenadora de Redação