Da Redação   |   27/09/2024 08:00

Dia Mundial do Turismo: O setor como aliado de uma São Paulo verde

Gustavo Pires, presidente da SPTuris fala sobre o ecoturismo na capital paulista

Divulgação
Gustavo Pires, presidente da SPTuris
Gustavo Pires, presidente da SPTuris

Neste 27 de setembro comemora-se o Dia Mundial de Turismo. De carona na data, o presidente da SPTuris, empresa da Prefeitura de São Paulo, Gustavo Pires, enviou um artigo para abordar o ecoturismo na capital paulista.

Leia na íntegra:

O Turismo como aliado de uma São Paulo verde

Gustavo Pires*

São Paulo é o principal destino de viagens do Brasil devido à múltipla oferta de atrações, eventos e oportunidades de negócios. Milhões de turistas e visitantes chegam todos os anos e mesmo assim a cidade guarda um segredo pouco conhecido até entre os moradores. Na capital dada aos exageros, o sigilo e a discrição foram fundamentais para esta nova vertente turística: o Polo de Ecoturismo de São Paulo.

Trata-se da porção verde ao mesmo tempo fascinante e sensível, com 400 quilômetros quadrados — equivalente a 267 Parques Ibirapuera — e primordial para o bem-estar e a qualidade de vida de toda a região metropolitana. Em tempos de crise climática e temperaturas esquizofrênicas, é um alento contar com essa reserva, quase um termostato, dentro de casa.

Fica no extremo sul da cidade, delimitado pela Serra do Mar. O Polo começa no afunilamento entre as represas Guarapiranga e Billings, se estendendo pelos distritos paulistanos de Parelheiros, Marsilac e a chamada Ilha do Bororé, no Grajaú. Formalmente foi criado por uma lei que completou dez anos em 2024. Antes já haviam sido criadas as Áreas de Proteção Ambiental (APA) Capivari-Monos (2001) e Bororé-Colônia (2006).

As volumosas áreas de mata atlântica e cerrado envolvem núcleos originários das colonizações alemã e japonesa, os últimos rios limpos da cidade, parte da maior terra indígena demarcada do Sudeste do País e até o um fenômeno geológico único: uma grande cratera que teria sido criada a partir do choque com um corpo celeste – um meteoro ou cometa que despencou sobre a Terra há alguns milhares de anos.

O plano de desenvolvimento turístico teve início em 2017 e considerou principalmente o patrimônio natural e cultural da região conhecida pela preservação dos mananciais – 10% da água da Grande São Paulo sai dali. A partir dos encontros entre o poder público, empresários locais e sociedade, foi criado um documento direcionador.

Esta semana, enquanto o trade turístico se reúne em Brasília, as equipes da São Paulo Turismo e da Secretaria Municipal de Turismo estão trabalhando com os empresários locais para revisar, renovar e repactuar o plano de desenvolvimento, visando os próximos passos e o que queremos para o futuro.

Nos últimos dois anos e colhendo os frutos dessa ação conjunta e de aprendizado, foi feito um trabalho de identificação e aprimoramento de produtos, roteiros e atrativos turísticos. Hoje são mais de 50 opções tão variadas quanto trilhas de bike e cavalo, mirantes, vivências rurais e produção orgânica, pousadas, parques naturais, sítios agroecológicos com programas de educação ambiental para crianças, artesanato, rios e quedas d´água com infraestrutura para a prática esportiva ou apenas o contato mais intimista com a natureza.

O Polo de Ecoturismo de São Paulo (@polodeecoturismosp) ocupa 28% do território da capital. O desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis é o caminho para ser preservado. Quando vemos o Brasil pegando fogo, seja de forma natural ou criminosa, entendemos como o Turismo, como atividade que gera emprego e renda, pode ser o aliado da preservação.

Vítima de desmatamento e ocupações irregulares no passado, hoje a região do Polo tem no Turismo uma opção para empreendimentos locais de baixo impacto que contribuirão para conservação das características naturais, seu principal insumo. Resguardar esse ativo ecológico é pensar no sustento digno dos moradores que, assim, serão também fiscais. Manter a mata em pé sem considerar as necessidades econômicas e sociais, já está provado, não é a melhor alternativa, seja em São Paulo ou no Pará. Daí a importância de termos o trade turístico — agências e operadoras à frente — como parte desse trabalho. Ao venderem o Polo estarão, em última instância, contribuindo para o controle das mudanças climáticas que, sem limites geográficos, prejudicam a todos, moradores da capital paulista ou não.

*Gustavo Pires é presidente da SPTuris, empresa da Prefeitura de São Paulo

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