EUA devem ser o único país a recuar no Turismo em 2026; US Travel liga alerta
Número de visitantes estrangeiros deve ficar em 68 milhões, quatro milhões a menos que em 2024

A paralisação do governo dos Estados Unidos, a mais longa da história, que durou 43 dias, provocou efeitos significativos no setor de Turismo. Segundo Geoff Freeman, CEO da U.S. Travel Association, as reservas de viagens caíram pelo menos 10% durante o período.
Freeman relatou que executivos de grandes companhias aéreas chegaram a estimar que a retração poderia ultrapassar 10% até o fim do ano, resultado direto da queda de confiança do consumidor. “O fechamento do governo afetou a disposição das pessoas de viajar nas férias”, declarou.
A retração soma-se a outro cenário preocupante: os EUA devem registrar em 2025 uma queda de 6% no volume de visitantes internacionais, tornando-se o único país do mundo a apresentar redução no Turismo global neste ano. O número de visitantes estrangeiros deve ficar em 68 milhões, quatro milhões a menos que em 2024 e longe dos 79 milhões de 2019.
“Estamos indo na direção errada. Temos que entender por que esses viajantes não estão vindo. Esse medo é algo que nunca vimos antes. A percepção negativa existe, e não fizemos o suficiente para revertê-la"
Geoff Freeman, CEO do US Travel
Embora o executivo tenha reconhecido esforços do governo de Donald Trump, como o investimento de US$ 13 bilhões na modernização do controle de tráfego aéreo e avanços na redução de filas de vistos, ele aponta fatores que dificultam o Turismo inbound:
- Aumento de taxas de visto
- Cortes no orçamento do Brand USA
- Percepção negativa do país como destino menos acolhedor
- Medo de visitantes de serem detidos ou terem dispositivos revistados pela imigração
Segundo Freeman, há dentro da própria administração federal diferentes visões sobre a importância de atrair turistas. Como exemplo, ele citou um episódio na Casa Branca durante o lançamento da Força-Tarefa da Copa do Mundo: apesar do discurso oficial incentivando viagens aos EUA, um comentário adicional sobre deportações gerou manchetes negativas internacionais.
Freeman alertou que outros países acabam se beneficiando da crise de imagem dos EUA. “Estamos colocando viagens no colo de nossos concorrentes. Tornamos seus mercados mais competitivos enquanto enfraquecemos o nosso", destacou o CEO.
Para ele, a solução passa por restaurar a confiança — tanto interna quanto externa — e adotar políticas consistentes que tornem o país mais atraente para viajantes internacionais em um momento de disputa global por visitantes.
Com informações do TravelWeekly.