Como sua empresa pode gerar impacto social? Veja dicas de mulheres empreendedoras
Desert Women Summit destaca o poder do associativismo e da necessidade de políticas públicas para mulheres

ERRACHIDIA, MARROCOS - O último painel do Desert Women Summit, que acontece até hoje (28) no Marrocos, debateu o associativismo e políticas públicas em prol da mulher, contando com a participação de Marta Lívia Suplicy, presidente do Conselho Superior Feminino da Fiesp, Márcia Maia, presidente do Capacita-me, e Gabriela Duque, diretora da Movimento Cidade.
Com mediação de Milena Pedrosa, CEO e fundadora da A-Gente, o debate apresentou as iniciativas das empreendedoras e a importância do impacto social das empresas em ONGs e iniciativas do terceiro setor.
"Quando a gente fala de associativismo ou qualquer ação afirmativa, a gente precisa de dinheiro para executar o projeto. Se vender é difícil e as pessoas podem pensar que essa diferença está longe delas. O Imposto de Renda, por exemplo, é uma forma de destinar recursos, não só de uma pessoa física como de uma empresa para alguma ação social. Mas dados recentes mostram que R$ 18 milhões foram para o lixo enquanto poderiam ter sido destinados a impactar pessoas"
Gabriela Duque, diretora da Movimento Cidade
E também é importante impactar o seu território. Márcia Maia destacou a necessidade de entender o motivo das desigualdades se manterem. A população negra, por exemplo, é 56% da população brasileira, e ainda é a mais encarcerada. As mulheres negras seguem sendo as mais vulneráveis e essas são causas que precisam de um olhar cuidadoso.
"Para que a gente possa falar de oportunidade, precisamos primeiro entender o porquê as coisas se mantém assim. Falar bonito é muito bacana, mas nada supera a ação. Temos que pensar o que fazer e como fazer diferente. E não precisa ser em massa, comece e as coisas tomarão sua proporção natural", apontou Márcia.

Marta continuou, relacionando com o começar no pequeno, impactando o território, e dando um exemplo próprio: "Essa teoria da mudança já vive em mim há muito tempo. Você tem que ter competência e capacitação para poder falar. Eu trabalho o Elas na Indústria, uma iniciativa que começou com apenas 15 mulheres sendo mentoradas semanalmente por grandes nomes. O intuito da mentoria era que essas mulheres não fechassem seus negócios e acendessem na carreira", apontou.

Gabi falou que, além de investir em instituições terceiras, uma empresa pode ter o seu próprio instituto de impacto social, e destacou a importância de ter números. "Você vai ter uma política de ESG e é necessário dados. Nós, os gestores de projetos, vamos capacitar pessoas, impactar o território e faremos cálculos. Com números e dados concretos sua empresa pode dizer o quanto impactou", explicou.
A PANROTAS é media partner do Desert Women Summit, viajando com proteção GTA e a convite da organização do evento.