Da Redação   |   29/04/2019 16:58

Isenção de vistos precisa de engajamento do trade; participe

 A dispensa do visto de entrada no Brasil pode significar um ótimo incremento de visitantes e receitas turísticas no País. 

A dispensa do visto de entrada no Brasil para turistas de quatro países (Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão) pode significar um ótimo incremento de visitantes e receitas turísticas no País. De acordo com uma análise do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP, só o número de visitantes estadunidenses em território nacional deve ser multiplicado por quatro, gerando uma injeção de gastos extras de R$ 6,4 bilhões, anualmente.

No entanto, uma das grandes vitórias obtidas pelo Turismo no Brasil corre o risco de ser anulada. Partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro estão tentando barrar o decreto na Câmara. Entre os motivos alegados por integrantes do PT, PDT e PSOL estão a falta de reciprocidade (já que todos esses países existem visto do brasileiro) e a "falácia" de que a medida estimularia o Turismo e a chegada de mais estrangeiros ao País.

[-Divulgação-]
“A gente quer fazer uma ação forte de combate ao possível cancelamento do decreto. Nossa ideia é que todo o trade se una, por meio das mais diversas entidades, e lute pelo objetivo comum de todos, que é o Turismo”, destacou o presidente da Clia Brasil, Marco Ferraz, um dos articuladores do movimento. Na visão dele, essa também é uma causa que deve ser abraçada pelos agentes de viagens. “Todos serão beneficiados com a chegada de mais turistas, por isso todos devem brigar pela causa.”

Em 2016, quando o governo argentino isentou a taxa de entrada dos norte-americanos no País, o número de turistas dos EUA que visitaram aquele país aumentou 9,1%. O Chile, que desde 2014 participa do programa Visa Waiver (isenção bilateral de vistos), segue no mesmo ritmo. Entre 2014 e 2017, a chegada de norte-americanos em território chileno cresceu 5%, 15%, 12% e 1%, respectivamente. Na contramão do crescimento está o Brasil, que vem perdendo mercado (e consequentemente receitas) para os países vizinhos. Em 2017, por exemplo, o número de turistas americanos que chegaram no Brasil caiu 17%, se comparado ao ano anterior. Fora os que chegam na fronteira, em Foz do Iguaçu, por exemplo, pelo lado argentino, e não conseguem visitar o lado brasileiro por conta da ausência de visto tirado previamente.

Segundo dados oficiais dos órgãos e pastas de Turismo de Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e Peru, a variação no número de turistas americanos entre 2012 e 2018 foi positiva em todos os mercados, exceto no Brasil, que caiu quase 20%.

Emerson Souza
Marco Ferraz, presidente da Clia
Marco Ferraz, presidente da Clia
“Em relação à reciprocidade, eu e os demais dirigentes de entidades (como Abav, Braztoa, entre outras) enxergamos da mesma forma que a OMT e o WTTC. Isto é, quanto menos barreira, melhor. Nossa soberania estará mantida, pois continuaremos a ter fiscalização em todos os pontos de fronteira”, completou Ferraz.

O relator da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) é o deputado Marcel Van Hattem, do Partido Novo, do Rio Grande do Sul. Fica a sugestão para que todas as entidades e profissionais do mercado, se assim entenderam, enviem um ofício para o e-mail do deputado apresentando apoio à manutenção da dispensa dos vistos, e contrário ao projeto de decreto legislativo que quer o veto à medida. O e-mail dele é dep.marcelvanhattem@camara.leg.br.

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Da Redação

Da Redação tem 11179 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS