Beatriz Contelli   |   01/04/2020 16:17

CNC se posiciona perante ações de cortes do governo

O presidente da CNC afirmou que o Sesc e o Senac poderiam ser úteis no combate ao coronavírus

O governo federal não aceitou a proposta de ações de R$1 bilhão do Sesc e Senac para o combate à epidemia do coronavírus no Brasil. A Medida Provisória (MP) mantém cortes de 50% nas contribuições das empresas para o Sistema S, iniciativa que a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) lamenta pelo profundo impacto na atuação das duas instituições.

De acordo com a CNC, as consequências dessa medida será a demissão de mais de 10 mil trabalhadores em todo o País. Serão 265 unidades do Sesc e Senac fechadas, com redução de mais de 36 milhões de atendimentos. A redução dos atendimentos dessas instituições vai ocorrer em municípios que, em muitos casos, necessitam da sua infraestrutura para atendimento básico à população.
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Presidente da CNC, José Roberto Tadros
Presidente da CNC, José Roberto Tadros
Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a decisão governamental vai fragilizar ainda mais a situação das empresas. "Além de não apresentar medidas de corte efetivo de impostos, a MP põe em risco a atuação das instituições que estão focadas no auxílio direto às empresas, trabalhadores e população em geral. Instituições que trabalham com planejamento e orçamentos aprovados que estão em execução e serão significativamente impactadas por um corte estabelecido sem nenhum critério e estudo prévio", alerta Tadros.

Para evitar o fechamento das unidades, a redução dos atendimentos e a demissão dos trabalhadores, a CNC enviou na semana passada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, aos ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Mandetta (Saúde), e aos presidentes Câmara, Rodrigo Maia e do Senado, David Alcolumbre, um plano de ações do Sesc e Senac, no valor de R$1 bilhão, para conscientização, combate ao coronavírus e prestação de serviços a sociedade nos próximos três meses.

"A capilaridade do Sesc e Senac, presentes em municípios carentes de estrutura para o enfrentamento do problema, poderia ter sido utilizada para reduzir os impactos da epidemia. Os efeitos para os empresários, cuja redução da contribuição fará pouca diferença, seria muito mais positivo, já que protegeriam ao mesmo tempo a saúde da população e dos seus trabalhadores", lamentou o presidente da CNC.

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