Da Redação   |   26/09/2022 15:33
Atualizada em 26/09/2022 15:37

BC revela alta nos gastos de brasileiros em viagens ao Exterior

As despesas de brasileiros no exterior aumentaram 132,1% e ficaram em US$ 1,049 bilhão

DA AGÊNCIA BRASIL

Dados divulgados pelo BC (Banco Central) mostram a balança comercial do País e como se concentraram os gastos tanto de brasileiros em viagens ao exterior, como de estrangeiros em destinos nacionais. Os dados são relativos ao mês de julho e mostram que o setor de serviços (que inclui viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros) e somou US$ 2,122 bilhões, aumento de 59,2% ante os US$ 1,333 bilhão em igual mês de 2021.

Em linha com a expansão do volume de comércio exterior, as despesas líquidas de transporte tiveram aumento expressivo de 166,3%, na comparação interanual, passando de US$ 273 milhões em julho de 2021 para US$ 726 milhões em julho deste ano.

No caso das viagens internacionais, seguindo a tendência dos meses recentes, as receitas de estrangeiros em viagem ao Brasil cresceram 74,4% na comparação interanual e chegaram a US$ 389 milhões, enquanto as despesas de brasileiros no Exterior aumentaram 132,1% e ficaram em US$ 1,049 bilhão. Com isso, a conta de viagens fechou o mês com déficit de US$ 661 milhões, ante déficit de US$ 229 milhões em julho de 2021, contribuindo para elevar o déficit em serviços.

As despesas de brasileiros no exterior aumentaram 132,1% e ficaram em US$ 1,049 bilhão
As despesas de brasileiros no exterior aumentaram 132,1% e ficaram em US$ 1,049 bilhão
De acordo com o BC, essa foi uma conta muito afetada pelas restrições impostas pela pandemia da covid-19 e pelas taxas de câmbio, mas vem se recuperando.

Os dados gerais do Banco Central, que consideram os demais mercados e atividades, revelam que o déficit havia sido de US$ 1,175 bilhão nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

A diferença na comparação interanual se deve ao resultado do superávit comercial que reduziu US$ 2,1 bilhões, enquanto os déficits em serviços e renda primária (lucros e dividendos) aumentaram US$ 790 milhões e de US$ 179 milhões, respectivamente.

Em 12 meses, encerrados em julho, o déficit em transações correntes é de US$ 36,585 bilhões, 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 33,623 bilhões (1,92% do PIB) em junho de 2022 e déficit de US$ 20,880 bilhões (1,37% do PIB) no período equivalente terminado em julho de 2021.

Já no acumulado do ano, o déficit é de US$ 18,411 bilhões, contra saldo negativo de US$ 9,752 bilhões de janeiro a julho de 2021.

RENDAS
Em julho de 2022, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 6,535 bilhões, relativamente estável antes os US$ 6,356 bilhões no mesmo mês de 2021. Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil, que remetem os lucros para fora do país, do que de brasileiros no exterior.

No caso dos lucros e dividendos associadas aos investimentos direto e em carteira, houve déficit de US$ 3,576 bilhões no mês de julho deste ano, frente ao observado em julho de 2021, de US$ 2,866 bilhões. As despesas líquidas com juros passaram de US$ 3,499 bilhões para US$ 2,970 bilhões. A redução nos juros concentrou-se em operações de empresas de mesmo grupo econômico, segundo o BC.

A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 368 milhões, contra US$ 252 milhões em julho de 2021.

INVESTIMENTOS
Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 7,723 bilhões no mês de julho, ante US$ 6,646 bilhões em julho de 2021, disseminado em diversos setores da economia. Houve ingressos líquidos em participação no capital, US$ 5,582 bilhões, como compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros. Enquanto isso, as operações intercompanhia (como os empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil) tiveram superávit de US$ 2,140 bilhões.

Nos 12 meses encerrados em julho de 2021, o IDP totalizou US$ 65,603 bilhões, correspondendo a 3,73% do PIB, em comparação a US$ 64,526 bilhões (3,69% do PIB) no mês anterior e US$ 44,933 bilhões (2,95% do PIB) em julho de 2021.

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e costumam ser investimentos de longo prazo.

O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 346,403 bilhões em julho de 2021, aumento de US$ 4,4 bilhões em comparação ao mês anterior.

O resultado decorreu de contribuição negativa das variações por paridades, US$ 1,240 bilhão, compensada parcialmente pelas contribuições positivas de variações por preços, US$ 487 milhões, e receita de juros, US$ 431 milhões. O resultado decorreu, principalmente, das variações por preços e da receita de juros, que contribuíram para elevar o estoque em US$ 3,875 bilhões e US$ 540 milhões, respectivamente, compensada parcialmente pela contribuição negativa das variações por paridades, US$ 592 milhões.

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