Filip Calixto   |   13/11/2024 11:21
Atualizada em 13/11/2024 15:27

Turismo deve movimentar R$ 157 bilhões durante a alta temporada de verão

Com aumento real de 1,7% em relação a 2023, a temporada deverá demandar a criação de 76 mil vagas formais

Alexandre Macieira/Riotur
Estados como São Paulo (R$ 51,4 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 19 bilhões) e Minas Gerais (R$ 17,2 bilhões) concentram 55,5% das receitas esperadas para o período
Estados como São Paulo (R$ 51,4 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 19 bilhões) e Minas Gerais (R$ 17,2 bilhões) concentram 55,5% das receitas esperadas para o período

A alta temporada do Turismo brasileiro - entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025 - deve movimentar R$ 157,74 bilhões, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Esse valor representa aumento de 1,7% em relação ao período anterior e responde por cerca de 44% da receita anual do setor, fundamental para a sustentação financeira de empresas, especialmente pequenas e médias.

Após enfrentar uma retração de 36,7% durante a crise sanitária de 2020, o setor registrou crescimento nos últimos anos, alcançando faturamento real 6,9% superior aos níveis pré-pandemia, segundo o Índice de Atividades Turísticas do IBGE.

Estados como São Paulo (R$ 51,4 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 19 bilhões) e Minas Gerais (R$ 17,2 bilhões) concentram 55,5% das receitas esperadas para o período.

Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o cenário de estabilidade econômica tem sido essencial para o setor.

"O crescimento projetado para o Turismo reflete a resposta positiva do mercado aos avanços econômicos recentes. A alta temporada beneficia múltiplos setores, gera empregos e impulsiona o consumo, elementos essenciais para o equilíbrio macroeconômico do País"

comenta José Roberto Tadros

Aumento da demanda e setores em destaque

Pixabay/ Lucas Miranda
A alta temporada deve movimentar aproximadamente R$ 157,74 bilhões, de acordo com a CNC
A alta temporada deve movimentar aproximadamente R$ 157,74 bilhões, de acordo com a CNC

O aumento no número de passageiros em voos nacionais e internacionais contribui para o aquecimento de setores como alimentação e transporte. A CNC estima que bares e restaurantes recebam R$ 70,67 bilhões e que o transporte rodoviário movimente R$ 37,55 bilhões.

O transporte aéreo e a hospedagem também devem ter desempenho expressivo, apoiados pela recente queda de 21,1% nos preços das passagens aéreas, após sucessivas altas superiores a 50%.

A chegada recorde de turistas estrangeiros é outro fator que impulsiona o setor. Dados do Ministério do Turismo e da Embratur mostram que 5,9 milhões de visitantes estrangeiros entraram no Brasil entre janeiro e setembro de 2024, com destaque para argentinos, norte-americanos e chilenos, que representam mais da metade do total. Esses turistas estrangeiros gastaram US$ 3,7 bilhões no país até setembro, um crescimento de 14,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Crescimento nas contratações temporárias

Divulgação
 Segundo a CNC, o setor de alimentação liderará as contratações, com 54,2 mil postos de trabalho, seguido por transportes (10,6 mil) e hospedagem (8,4 mil)
Segundo a CNC, o setor de alimentação liderará as contratações, com 54,2 mil postos de trabalho, seguido por transportes (10,6 mil) e hospedagem (8,4 mil)

Com a expectativa de maior faturamento, o setor turístico deve gerar 76,5 mil vagas temporárias entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, o maior número desde 2015. Segundo a CNC, o setor de alimentação liderará as contratações, com 54,2 mil postos de trabalho, seguido por transportes (10,6 mil) e hospedagem (8,4 mil).

O economista da CNC, Fabio Bentes, avalia que as contratações refletem a recuperação do turismo e o impacto positivo na economia.

"As projeções indicam uma trajetória contínua de crescimento, com avanços nos setores de alimentação, transportes e hospedagem, além de um aumento no salário médio de admissão, estimado em R$ 1.842, com alta real de 1,9% em relação ao ano anterior"

Fabio Bentes, economista da CNC

A CNC destaca que o Turismo representa um pilar para o mercado de trabalho e a economia do Brasil, especialmente no período de alta temporada, em que o impacto de gastos e contratações se expande para diversos segmentos da economia.

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Filip Calixto

Integrante da equipe PANROTAS desde 2019, atua na cobertura de Turismo com olhar tanto para as tendências do mercado quanto para histórias que movimentam o setor. Formado em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo e também em Processos Fotográficos, formações que permitem colaborar de forma dupla com a redação - entre textos e imagens. Fora do trabalho, encontra inspiração no samba, no cinema, na literatura e nos esportes. Colaboração para o Portal PANROTAS

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