Filip Calixto   |   24/07/2025 16:49

Taxação dos EUA pode encarecer refeições fora de casa no Brasil, aponta Fhoresp

Fhoresp projeta impacto da nova taxação dos EUA sobre alimentos exportados pelo Brasil

Divulgação/Fhoresp
Dados do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp indicam que o impacto será sentido em toda a cadeia produtiva
Dados do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp indicam que o impacto será sentido em toda a cadeia produtiva

A taxação de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo governo dos Estados Unidos, pode elevar em até 10% o preço das refeições fora de casa no Brasil. A projeção é da Fhoresp (Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo), que representa cerca de 500 mil estabelecimentos no Estado.

A medida, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, atinge itens como café, carnes, pescados e suco de laranja - produtos com forte presença na pauta de exportação brasileira. Segundo a entidade, a sobretaxa deve gerar pressão sobre o mercado interno, influenciando preços de alimentos usados em bares, restaurantes e lanchonetes.

Dados do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp indicam que o impacto será sentido em toda a cadeia produtiva. A exportação de café, por exemplo, pode ter queda de até 30%, o que resultaria em aumento de até 6% no preço do produto no mercado interno. Carnes e pescados também estão entre os itens que devem sofrer reajustes.

A Fhoresp prevê que os efeitos da medida devem ocorrer a médio e longo prazos. Segundo a federação, a elevação dos custos de insumos poderá ser repassada aos consumidores, com aumento nos cardápios de até 10%.

O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, analisa como “catastrófica” a taxação americana - um franco ataque à cadeia do Agronegócio brasileiro.

"Temos de colocar todos os cenários à mesa, para que o Brasil entenda o que pode estar por vir, inclusive, um quadro de recessão econômica. No médio e no longo prazos, o mercado interno deve sofrer com impactos em toda a cadeia produtiva, sobretudo no Agronegócio. Por isso, a Federação defende uma ação diplomática e estratégica em defesa dos interesses nacionais. Precisamos de menos bravata e de mais negociação diplomática"

Diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto

Outro fator apontado pela federação é a valorização recente do dólar, que passou de R$ 5,40 para R$ 5,70 após o anúncio da taxação. A alta na moeda encarece a importação de insumos e afeta setores que dependem de produtos oriundos dos Estados Unidos.

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