Em seu segundo e último dia na edição 2019, o JPA Travel Market está monotemático. Pelos corredores e estandes, o assunto que predomina é a modificação de sede e nome confirmadas para o próximo ano. De mudança para Fortaleza, onde será chamada de Brazil Travel Market (BTM), a sequência do evento divide opiniões e o consenso é que o crescimento e a maior profissionalização parecem ser o caminho do encontro.

Presidente da Abav Nacional, Magda Nassar, acredita que questões comerciais podem ter guiado a decisão. "Este é um evento criado pela iniciativa privada e decisões comerciais fazem parte desse contexto. Em todo caso, parece ser uma decisão tomada para ver a feira crescer, o que é muito bom para o Turismo", pontua. Magda acrescenta que João Pessoa e a própria Paraíba terão mais e outras chances para seguir desenvolvendo seu potencial turístico.

A opinião da presidente da Abav Nacional é endossada por Rodrigo Borges, que representa a Agaxtur na região Nordeste. Participando pela primeira vez do encontro, o profissional ficou tão empolgado com a feira que já garantiu sua presença e interesse pelo aumento da participação, mesmo com a mudança de sede. "Não muda muito para nós, que temos a região inteira como fator de interesse", comenta.

Com raciocínio parecido, Gervásio Tanabe, da Abracorp, Rafaela Marques, do Beto Carrero World, e Maria Camilla Alcorta, da Ideas4Brand, enxergam mais fatores positivos na mudança. Para Tanabe, a alteração bre mais oportunidades para os expositores e para os visitantes, já que a malha aérea é bem melhor em Fortaleza. Já para Rafaela a nova sede vai chamar amais atenção para o acontecimento. E Maria Camilla vê ganho de importância e mais atratividade para para expositores, visitantes e parceiros em geral.

Entre os argumentos citados para a modificação, a maior oferta de voos faz parte do discurso. "A malha aérea é melhor em Fortaleza, assim como a rede hoteleira e o apelo turístico. É uma cidade melhor divulgada no Exterior e isso pode de fato atrair mais estrangeiros. A feira cresceu e há uma limitação de espaço aqui e que não teremos lá", lembra Glayson Ranieri, da Air Canada. O executivo da Velle Representações, Raul Monteiro, pensa parecido: " A visibilidade da feira aumentará consideravelmente, além de mostrar a visão dos organizadores, que estão pensando em internacionalizar cada vez mais o evento", diz.

Tendo em Fortaleza um dos seus hubs aeroportuários, a Gol também parece ter aprovado a medida. Para o executivo da empresa, Anderson Wolff o evento vai acabar atraindo mais profissionais do Exterior. "Eles poderão se conectar através da gente e das nossas parceiras para Estados Unidos, Argentina e Europa", aponta.

Há também quem esteja próximo das duas sedes do encontro e quem lamente a decisão. No primeiro cenário está a rede Verdegreen, que tem hotéis na Paraíba (Verdegreen Hotel) e Ceará (IUA Hotel), e no segundo o hotel Herdman. Uma das executivas comerciais do hotel IUA, Ana Régia, acredita que o mais importante é manter a essência e a ideia de desenvolver o turismo regional. Já o executivo do Hote Herdman, Marcus Vinicius, considera essa uma decisão lamentável para o destino.

Existe também quem encare a alteração como uma mudança de página, como é do executivo da Collection Hotels, Eduardo Cordeiro. "Vira um novo evento em Fortaleza. Acaba o JPA e começa uma nova fase", pontua.