Beatrice Teizen   |   10/05/2023 17:37 Atualizada em 10/05/2023 17:45

"Setor de Turismo precisa ser regulado", diz CEO da CVC Corp

Para Leonel Andrade, segmento que representa 8% do PIB do Brasil não pode viver de sustos

PANROTAS / Emerson Souza
Leonel Andrade, CEO da CVC Corp
Leonel Andrade, CEO da CVC Corp
A CVC Corp registrou R$ 4,03 bilhões em vendas no primeiro trimestre de 2023, um aumento de 44% em comparação ao mesmo período do ano passado. As reservas consumidas, por sua vez, cresceram 33%, chegando a R$ 3,9 bilhões.

O prejuízo líquido de R$ 128 milhões representou uma queda de 23,3% em relação aos R$ 166 milhões apurados no 1T22. O EBITDA ajustado, por sua vez, somou R$ 25,5 milhões, um crescimento de 103%. Já a receita líquida avançou 0,9%, registrando R$ 295,5 milhões.

Segundo o CEO da companhia, Leonel Andrade, em call de resultados desta quarta-feira (10), a empresa vem melhorando seus resultados trimestre a trimestre, diante de uma série de desafios que ainda enfrenta.

"A performance do que foi gerado no primeiro trimestre deste ano é muito positiva em todos os sentidos. Além disso, a empresa está cada vez mais moderna e digital", diz.

REGULAMENTAÇÃO DO SETOR
Um dos focos de Andrade durante a call foi expor a necessidade de regulação do setor de Turismo. Para ele, um segmento que representa 8% do PIB do Brasil não pode "viver de sustos", fazendo referência ao caso recente da Hurb, que enfrenta uma crise de atritos com fornecedores e reclamações de clientes.

“É muito comum, ao conversar com grandes fornecedores, a preocupação com a maneira como alguns competidores gerenciam seus negócios. Não só em relação ao consumidor final, mas também com a falta de transparência com os próprios parceiros. Isso gera, no setor, uma disfunção e discussão cada vez mais profunda. Sem uma regulação, vamos continuar tendo sustos com empresas que não entregam o produto vendido", analisou,

"Essas questões fazem com que alguns clientes sejam ludibriados. Vender produtos sem entregar no ato um código de reservas, uma passagem emitida, um voucher de hotel, isso não é venda de viagem, é tomar dinheiro emprestado do cliente sem ele saber”, pontua o CEO da CVC Corp.
Nesta questão, a CVC Corp vem tendo discussões com as associações e reguladores externos, como governo federal e Ministério do Turismo, para fomentar a criação de regulamentos para a indústria do Turismo.

“Duas regulações que acredito: não poder fazer nenhuma venda sem ter o produto ou serviço em si, porque não somos uma empresa de crédito e, sim, de viagens. Além disso, toda e qualquer companhia que tem um faturamento acima de R$ 300 milhões deveria publicar um balanço auditado”, finaliza.

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