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A Inteligência Artificial (IA) já está transformando a experiência dos viajantes em todo o mundo. Mas qual será o verdadeiro impacto não só da IA, mas da regulação por trás dela? Leonardo Volpatti, advogado, cientista político e especialista em Relações Governamentais para o setor de Turismo e Eventos, escreveu um artigo especial sobre o assunto. Nele, Leonardo comenta sobre o Projeto de Lei 2338/2023, que cria um marco regulatório para IA e que já está na agenda como uma das pautas centrais para 2025. Confira!

O Impacto da Regulação da Inteligência Artificial no Turismo Brasileiro

"O Impacto da Regulação da Inteligência Artificial no Turismo Brasileiro. Com a IA em pauta no Congresso, como a regulamentação pode afetar hotéis, aeroportos e empresas de turismo no Brasil?

A Inteligência Artificial (IA) já está transformando radicalmente a experiência dos viajantes ao redor do mundo. De hotéis inteligentes a recomendações personalizadas de roteiros e atrações, a IA está criando novas formas de interagir com destinos e otimizar a operação de empresas do setor. A tecnologia, que até pouco tempo parecia futurista, já está em funcionamento em grandes redes hoteleiras, aeroportos e parques temáticos internacionais. Agora, a grande questão é: como o Brasil pode se posicionar nesse novo cenário global e como a regulação da IA impactará o turismo?

Na última semana, participei de uma imersão no Vale do Silício pelo Mestrado em Direito e Regulação do IDP, com capacitações na Goldman School of Public Policy da Universidade de Berkeley e na Stanford University. O foco foi o impacto da IA na economia global, nos marcos regulatórios e nas estratégias empresariais. O que ficou evidente é que a IA não é mais uma tendência distante, mas sim um fator determinante, de forma exponencial, para o sucesso e competitividade de empresas do turismo nos próximos anos.

O Futuro do Turismo com Inteligência Artificial

A tecnologia já está sendo amplamente utilizada para melhorar a experiência do viajante e otimizar a gestão de destinos turísticos. Nos Estados Unidos e na Europa, a IA está presente em diversos aspectos da jornada do turista. Plataformas como Booking.com, Google Travel e Expedia utilizam algoritmos para oferecer recomendações cada vez mais precisas, considerando o perfil do usuário, sazonalidade e tendências globais.

No setor hoteleiro, redes como Hilton e Marriott já implementaram sistemas de check-in e check-out automatizados, onde o hóspede pode acessar seu quarto sem precisar passar pela recepção, utilizando reconhecimento facial ou assistentes virtuais. Em parques temáticos, a Disney e a Universal estão investindo em IA para otimizar filas, prever picos de demanda e distribuir melhor os visitantes dentro dos complexos.

Na China, o FlyZoo Hotel, do Alibaba, elevou essa automação a outro nível, funcionando praticamente sem recepcionistas. O check-in e a abertura das portas dos quartos são feitos por meio de reconhecimento facial, e os serviços são prestados por robôs e assistentes de IA, eliminando o contato humano em diversas etapas da estadia.

Além da experiência do turista, destinos e governos estão utilizando IA para otimizar a gestão de grandes fluxos de visitantes. Em Barcelona, a prefeitura implementou sistemas baseados em IA para prever e gerenciar a movimentação turística, reduzindo impactos ambientais e melhorando a infraestrutura urbana. Modelos semelhantes já são estudados para destinos de grande volume, como Veneza e Paris.

Diante dessas transformações globais, o Brasil precisa acompanhar essa evolução para não perder competitividade no turismo internacional. O país é um dos destinos que visa ser mais procurado por viajantes internacionais, e a adoção de IA pode não apenas melhorar a experiência dos visitantes, mas também tornar a operação das empresas mais eficiente e rentável.

A Regulamentação da IA no Brasil e o Impacto no Turismo

Com todo esse avanço tecnológico, a regulamentação da Inteligência Artificial no Brasil se tornou um tema prioritário para o governo federal e para o Congresso Nacional. O Projeto de Lei 2338/2023, que cria um marco regulatório para IA, está na agenda como uma das pautas centrais para 2025.

O tema ganhou ainda mais relevância após a recente eleição do senador Davi Alcolumbre como presidente do Senado e do deputado Hugo Motta como presidente da Câmara dos Deputados. Ambos os parlamentares têm interesse em acelerar a tramitação desse projeto, dada a pressão internacional e a necessidade de criar um ambiente regulatório seguro para empresas e investidores no Brasil.

A proposta do PL prevê regras para a classificação de risco dos sistemas de IA, exigindo transparência e responsabilidade no uso da tecnologia. No setor de turismo, isso pode impactar diretamente plataformas de reservas, assistentes virtuais, chatbots e algoritmos de recomendação, que precisarão seguir critérios de ética e transparência no tratamento de dados dos consumidores.

A regulamentação também pode afetar a automação no setor hoteleiro e aeroportuário, exigindo que empresas adotem padrões mais rigorosos de governança e segurança cibernética ao utilizar tecnologias como reconhecimento facial e personalização de serviços baseados em IA.

Embora a regulamentação seja necessária para garantir segurança e ética no uso da tecnologia, ela não pode ser um obstáculo à inovação. O desafio do Brasil será criar um marco regulatório que incentive o desenvolvimento da IA no turismo, ao invés de engessar sua implementação. Governos e empresas precisarão dialogar para encontrar um equilíbrio entre inovação, proteção de dados e segurança jurídica.

IA e turismo: Qual será o caminho do Brasil?

A Inteligência Artificial está reformulando o turismo mundial, tornando as experiências mais personalizadas, reduzindo custos operacionais e aumentando a eficiência de hotéis, parques temáticos e aeroportos. O Brasil precisa acelerar a adoção dessas tecnologias e acompanhar a regulamentação da IA, garantindo que o setor turístico nacional continue competitivo no cenário internacional.

Seja pela modernização de aeroportos, personalização da experiência do viajante ou automatização dos serviços hoteleiros, a IA não é mais um diferencial, mas sim um elemento essencial para a nova economia do turismo. As empresas e destinos que souberem se adaptar rapidamente a essa transformação estarão à frente do mercado nos próximos anos.

O futuro do turismo é digital, automatizado e personalizado. Vamos liderar essa mudança ou continuar preenchendo formulários na recepção?