Laura Enchioglo   |   27/08/2025 13:39
Atualizada em 27/08/2025 13:40

Tecnologia, experiências diferentes e novos perfis: o que molda o futuro das viagens?

Alexandre Oliveira, da Civitatis, Mônica Samia, da Setur-SP, e influencer Marina Guaragna debateram o tema


PANROTAS / Laura Enchioglo
Camila Silveira, jornalista, Alexandre Silveira, country manager da Civitatis Brasil, Mônica Samia, secretária executiva da Setur-SP, e Marina Guaragna, influenciadora de viagens
Camila Silveira, jornalista, Alexandre Silveira, country manager da Civitatis Brasil, Mônica Samia, secretária executiva da Setur-SP, e Marina Guaragna, influenciadora de viagens

O que molda o futuro das viagens? As características do turista moderno vêm passando por mudanças que devem perdurar por bastante tempo. Pautados pela tecnologia, pela hiper informação e por uma busca por experiências diferentes, quem viaja hoje impulsiona também a mudança na estratégia do Turismo, em como vender, quais produtos oferecer e como comunicar.

Em um bate papo promovido pelo Estadão, Alexandre Oliveira, country manager da Civitatis Brasil, Mônica Samia, secretária executiva da Secretaria de Turismo de São Paulo, e a influenciadora Marina Guaragna apresentaram suas visões sobre o Turismo atual e para o futuro a partir de pontos de vista diferentes, debatendo as tendências, o uso da tecnologia e as experiências que moldam as viagens hoje.

Multicanalidade, muita informação, e descentralização de experiências

Para Alexandre Oliveira, o viajante de hoje não possui uma 'etiqueta' de identificação: o viajante a negócios, a lazer, com a família, isso tudo se mistura. "O desejo de viajar é do ser humano e a tecnologia vem transformando esse desejo de diversas maneiras. A multicanalidade é uma característica do viajante moderno e do futuro, e nesse sentido é importante oferecer serviços que consigam chegar no turista de diversas formas", apontou.

Marina destacou essa mudança na forma como ela própria viaja: antes de ser criadora de conteúdo e de como seu público foi mudando com o tempo, a viagem para ela também se transformou nos últimos anos, principalmente com as diversas fontes de informação disponíveis hoje em dia. "Antes a gente pesquisava com um livro físico. Depois vieram os blogs e hoje temos inteligência artificial, YouTube, TikTok, Instagram. Isso tem impactado as pessoas num geral".

Com a diversificação de fontes, o público agora busca por experiências novas. É o que Marina tem sentido no seu público, o que já é uma tendência e um trabalho constante para a Secretaria de Turismo e para a Civitatis: oferecer o que é "fora do óbvio".

" Antes nós olhávamos São Paulo como o principal emissor de turista para o Brasil e para as viagens internacionais, mas depois da pandemia isso mudou. As viagens de curta distância, em família, de carro, com contato com a natureza começaram a ter uma força significativa. O paulista começou a visitar o interior do Estado"

Mônica Samia, secretária executiva da Setur-SP

Por isso, a Setur-SP vem se esforçando para mapear roteiros e compilar experiências diferentes. "São Paulo é um pouco de tudo. Temos infinitas combinações para montar, seja pelo interesse do turista, seja do ponto de vista da regionalização. Quando a gente cria experiências segmentadas, conseguimos atender o consumidor de forma mais plena. Então temos roteiro de moto, roteiro religioso, guia de mergulho, guia de padarias e por aí vai"

A Civitatis também vem trabalhando nesta diversificação de experiências para além dos pontos turísticos mais concorridos, que com o overtourism estão cada vez mais lotados. Mesmo sendo uma plataforma global, a ideia é poder oferecer serviços autênticos e até nichados, usando a tecnologia para entender o cliente e ser mais assertivo na entrega.

"Talvez há 20 anos o viajante quisesse apenas conhecer Paris. Agora não, quer fazer uma viagem gastronômica pelo rio Sena, ter um jantar em um lugar bacana. Mas não existe só um passeio com experiência gastronômica e um rio na Europa, são diversos, por isso temos que aliar a capacidade de processamento, entendermos tendências e potencial. Saber também quais são os destinos prioritários, sempre com uma curadoria humana para entender se esse destino que está preparado"

Alexandre Oliveira, country manager da Civitatis Brasil

Por isso, a Civitatis está cada vez mais atenta a dois aspectos: a personalização aliada ao multicanal. "A gente tem trabalhado muito com a análise dos dados nossos clientes diretos para entender o comportamento projetado das expectativas do consumidor, mas também com o ecossistema de viagens do Brasil. Os influenciadores, as grandes operadoras, os agentes, os desenvolvedores de tecnologia no Turismo", destacou Alexandre.

Assista ao bate papo completo abaixo:


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