Filip Calixto   |   11/11/2025 18:24

Em época de COP30, Guilherme Paulus fala sobre o papel do Brasil e os desafios globais

Empresário aponta o papel do Brasil e defende metas concretas para integrar o turismo aos compromissos

PANROTAS / Emerson Souza
Guilerme Paulus
Guilerme Paulus

O empresário Guilherme Paulus, fundador da CVC Viagens e da GJP Participações, afirma que a COP30, realizada em Belém (PA), representa um marco para o debate sobre sustentabilidade e para o posicionamento do Brasil no cenário ambiental e turístico internacional.

Paulus lembra que a COP (Conferência das Partes), criada há quase três décadas sob coordenação da ONU, se consolidou como espaço de discussão sobre mudanças climáticas e de formulação de compromissos entre governos e empresas. Segundo ele, a principal contribuição do evento foi colocar o tema ambiental no centro das decisões políticas e econômicas.

"O tema climático passou a fazer parte das decisões de governos, empresas e consumidores. A consciência é ampla, mas ainda faltam resultados concretos e metas cumpridas"

Guilherme Paulus

O desafio das metas ambientais

Paulus observa que a ONU divulgou recentemente que os objetivos do Acordo de Paris ainda não foram totalmente alcançados, e que há redução nos investimentos empresariais em descarbonização. Para ele, esse cenário indica a necessidade de substituir discursos por ações efetivas.

"A COP 30 será um momento decisivo para testar a capacidade real de governos e empresas em transformar metas ambientais em resultados"

Guilherme Paulus

A escolha de Belém como sede é, segundo ele, simbólica. A conferência reunirá autoridades, cientistas, empresários e representantes da sociedade civil de mais de cem países na região amazônica, considerada estratégica para o equilíbrio ambiental global.

"O evento acontecerá no centro da biodiversidade mundial. O Brasil tem a responsabilidade de liderar o diálogo entre desenvolvimento e preservação", afirma Paulus.

Financiamento e cooperação internacional

O empresário ressalta que os custos da transição energética exigem cooperação entre governos, empresas e organismos multilaterais.

“O financiamento climático é um dos principais desafios. É necessário criar mecanismos que viabilizem investimentos em energias limpas, tecnologia e educação ambiental sem comprometer a estabilidade econômica”

Guilherme Paulus


Para Paulus, o Brasil possui condições naturais e produtivas que o colocam em posição estratégica para assumir protagonismo nos compromissos ambientais. Ele cita três frentes que considera prioritárias: liderar o diálogo entre crescimento econômico e preservação, assegurar a produção alimentar responsável e administrar de forma sustentável as reservas minerais utilizadas na transição energética.

Turismo como agente de transformação

Paulus defende que o turismo deve ter papel central na transição sustentável, por integrar setores como transporte, hotelaria, gastronomia, cultura e meio ambiente.

"O Turismo pode contribuir diretamente para a redução de emissões e o fortalecimento de comunidades locais. A neutralização de carbono, o incentivo ao turismo de natureza e o apoio a práticas sustentáveis são medidas que precisam ser ampliadas”, afirma.

Perspectivas para o Brasil

O empresário avalia que a COP 30 será uma oportunidade para o país apresentar resultados e propostas concretas sobre sustentabilidade. "Será uma ocasião para o Brasil demonstrar sua capacidade de conciliar desenvolvimento com responsabilidade ambiental. O turismo, por conectar pessoas e territórios, pode transformar compromissos em ações práticas", conclui.

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Sobre o autor

Integrante da equipe PANROTAS desde 2019, atua na cobertura de Turismo com olhar tanto para as tendências do mercado quanto para histórias que movimentam o setor. Formado em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo e também em Processos Fotográficos, formações que permitem colaborar de forma dupla com a redação - entre textos e imagens. Fora do trabalho, encontra inspiração no samba, no cinema, na literatura e nos esportes