Uma pesquisa encomendada pela Embratur à Fundação Getúlio Vargas sobre o panorama global da promoção do Turismo atestou que a entidade precisa se modernizar. O material sugere que a autarquia deve e seguir exemplos de organizações de sucesso que atuam internacionalmente utilizando modelos híbridos e mais flexíveis, como a Brand USA, por exemplo, já que podem contar com fontes alternativas de recursos.

Um dos objetivos da pesquisa é servir como base para a criação de um plano de ação para o modelo de operação da nova Embratur, que deve potencializar os investimentos em promoção dos destinos brasileiros no exterior. No modelo atual, a Embratur é um órgão vinculado ao Ministério do Turismo, tendo como única fonte de recursos o orçamento da União.

“Nosso objetivo é modernizar a atuação da Embratur, independentemente da aprovação, em curto, médio ou longo prazo, da mudança no modelo de gestão do instituto. Nossos concorrentes da América do Sul, por exemplo, têm planejado e investido mais em promoção e já se aproximam do Brasil no número de turistas internacionais”, ressaltou a presidente da Embratur, Teté Bezerra.

Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), cerca de 90% do Turismo internacional é realizado entre países próximos ou que compartilham limites geográficos. Para a mandatária, a promoção deve ser intensificada principalmente nesses países limítrofes, e o Chile pode servir de exemplo para o Brasil.

“Quase 4,5 milhões de chilenos viajam para fora de suas fronteiras por ano e cerca de 300 mil vêm ao Brasil, o que mostra que temos potencial de crescimento nos países vizinhos. Precisamos inovar e investir em novos mercados, não apenas nos tradicionais e maiores emissores”, recomendou Teté.

A pesquisa identificou que o Turismo internacional continua em rota ascendente e com desempenho superior às expectativas. Em 2017, o número de chegadas internacionais cresceu 6,7%, enquanto as receitas internacionais subiram 4,8%. As perspectivas para os próximos anos também são promissoras, inclusive para o Brasil. O crescimento esperado das chegadas internacionais no País até 2022 é de 23%, segundo previsões do Instituto Euromonitor.

“O Turismo não vai parar de crescer. A tendência é que o setor cresça tanto no número de viagens internacionais quanto na geração de empregos. O País não se destaca apenas nos segmentos Sol e Praia, mas também nos nichos de Cultura e Natureza, muito procurados por turistas estrangeiros”, contou o pesquisador da FGV, André Coelho.

A expectativa é que o resultado completo deste trabalho seja apresentado durante a Abav Expo 2018, marcada para o mês de setembro, em São Paulo.