Victor Fernandes   |   11/11/2020 14:39   |   Atualizada em 11/11/2020 14:44

Turismo brasileiro segue mais otimista que indústria global

Novo estudo global mostra o impacto econômico da segunda onda de covid-19 em empresas do Turismo

Divulgação
Danielle Roman, presidente e CEO da Interamerican Network, que apoiou a pesquisa da Travel Consul no Brasil
Danielle Roman, presidente e CEO da Interamerican Network, que apoiou a pesquisa da Travel Consul no Brasil
A Travel Consul, aliança internacional de marketing de viagens, divulgou ontem (10), durante uma live, os resultados de sua segunda pesquisa do ano, que revela o impacto da covid-19 na indústria e a recuperação futura da distribuição global de viagens. Entre 14 e 28 de setembro de 2020, mais de mil executivos de viagens (operadores de Turismo e proprietários de agências) de mais de 20 países participaram dessa pesquisa global. No Brasil, a pesquisa contou com o apoio da Interamerican e da Braztoa.

Para os empresários brasileiros do Turismo, o País está retomando as atividades cautelosamente e a pandemia está em declínio, ao contrário do resultado global, onde a maioria disse que seus países estão retomando as atividades, mas a pandemia está em crescimento. Danielle Roman, presidente e CEO da Interamerican, comentou que “talvez por isso, como na pesquisa anterior, eles seguem mais otimistas que seus pares globais: enquanto esses acham que somente em 2022 o Turismo vai voltar ao normal, os brasileiros acreditam numa recuperação já em 2021”.

Há uma concordância entre todos os países de que a principal e mais confiável fonte de informação para os empresários do setor são as associações de agências de viagens e operadoras, como a Braztoa. “Esse dado é um grande estímulo para seguirmos com o aprimoramento constante do nosso trabalho em prol do mercado de Turismo, que tem se destacado pela forte atuação em pesquisas que tragam subsídios para uma gestão mais assertiva das empresas nesse momento de retomada, além dos esforços pelos pleitos do setor junto ao governo”, afirmou o presidente da Braztoa, Roberto Haro Nedelciu.

A situação do emprego no Brasil, entretanto, mostra-se pior em comparação com o resultado global. Aqui, a maioria das empresas do setor diz ter sido obrigada a dispensar funcionários. Já os números totais mostram que a maioria apenas mudou de tempo integral para meio período.

Com relação a viagens, no Brasil, a maioria dos clientes dos empresários de Turismo apenas postergou seus planos para 2021, mas o número global mostra uma realidade maior de cancelamento total das viagens. Eles dizem ainda que, aqui, houve um decréscimo no número de dias de permanência durante a viagem, ao contrário do resultado geral, que mostra que essa quantidade permaneceu a mesma.

Confira abaixo as principais conclusões da pesquisa global.

Certificações de saúde do destino
Mais uma vez, os resultados da segunda rodada indicam que a introdução de certificações de saúde e segurança (quase 60%) é a ação mais importante que as organizações de destino (DMOs) podem fazer para ajudar os parceiros de distribuição de viagens. As próximas três principais respostas incluíram campanhas de marketing para consumidores, apresentando dados úteis e oportunos, e central de informações para parceiros comerciais.

Quando questionados sobre quais são as principais considerações do cliente ao escolher um destino, a resposta número um é a certificação de saúde e segurança do destino (74%). A gestão governamental do país do destino quanto a pandemia de covid-19 e a classificação de preços vieram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Novos produtos
A adaptação do modelo de negócios é a principal medida implementada durante o terceiro trimestre de 2020, conforme relatado por quase metade dos entrevistados. Os programas de treinamento caíram 11%, enquanto o desenvolvimento de novos produtos (45%) e sua melhoria (35%) subiram na classificação.

Os clientes estão demonstrando um interesse crescente em viagens individuais (66%), hotéis e resorts (64%) e resorts all-inclusive (60%). Essas preferências são seguidas por acomodações para aluguel com cozinha, pequenos grupos de 8 a 15 pessoas e viagens aéreas combinadas com aluguel de automóveis.

Reservas antecipadas internacionais
Os clientes estão esperando para decidir quando viajar (48%) ou estão reservando uma viagem internacional com menos de um mês de antecedência (21%). As reservas de última hora estão se tornando mais proeminentes para os viajantes europeus (35%). Em contraste, 31% dos clientes norte-americanos reservam férias de sete meses a um ano antes da partida.

Políticas do fornecedor
45% dos parceiros de distribuição acreditam que as políticas de cancelamento e flexibilidade dos fornecedores estão tendo um impacto positivo em seus negócios.

Associações como fontes de dados
As associações de operadores turísticos e de agências de viagens continuam a ser a fonte de dados preferida durante esta crise (64%), seguida dos escritórios de Turismo no destino (40%). Amigos da indústria (35%) passaram da quinta para a terceira posição nesta segunda rodada.

Redes sociais
Com relação às atividades de marketing durante a recuperação, a mídia social foi claramente a vencedora, com sete em cada dez entrevistados afirmando que o marketing social era seu conceito principal. Digital e vendas, respectivamente, ficaram em segundo e terceiro lugares.

Redefinição de tarefas
Semelhante à primeira rodada desta pesquisa, 70% dos entrevistados acreditam que modificar as políticas de cancelamento ou termos e condições estará entre seus principais comprometimentos em 2020 e 2021. A venda de seguros, como resultado, teve um aumento de 12%.

Confira a pesquisa completa e abaixo a live em que os resultados foram anunciados.


Tópicos relacionados