Beatriz Contelli   |   11/12/2020 15:14

Setor de serviços enfrenta queda histórica em 2020, aponta CNC

O setor de serviços teve uma reação lenta diante da retomada, com crescimento de apenas 1,7%

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para baixo a projeção do desempenho do segmento de serviços em 2020. A previsão foi refeita após a divulgação, hoje (11), dos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de outubro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante da lenta reação por parte do setor aos estímulos para a retomada do nível de atividade econômica, a CNC revisou de -6,4% para -7,6% sua previsão para a variação do volume de receitas dos serviços ao fim deste ano.
Divulgação
Entre março e maio deste ano, houve queda de 19,1% no setor de serviços
Entre março e maio deste ano, houve queda de 19,1% no setor de serviços
De acordo com o IBGE, o volume de receitas do setor de serviços cresceu 1,7% na comparação entre os meses de outubro e setembro, já descontados os efeitos sazonais. Em cinco meses, o setor acumulou avanço de 17,5% - entre março e maio deste ano, houve queda de 19,1%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, os serviços apuraram variação de -7,4% - a oitava retração seguida.

A situação mais crítica é a do setor de Turismo, que, segundo mostrou o IBGE, segue “na lanterna” do processo de recuperação, comparativamente aos demais setores da economia. Mesmo tendo crescido 3,6% no mês de outubro, em relação à média do primeiro bimestre, o volume de receitas do Turismo ainda revela queda de 44% até outubro. Situação pior, portanto, que as observadas no volume de vendas do comércio varejista (+5%), da produção industrial (+2%) e do setor de serviços como um todo (-8%).

De acordo com levantamento realizado pela CNC, as perdas mensais ocorridas no setor já somam R$ 245,5 bilhões desde março deste ano. Atualmente, o Turismo brasileiro opera com 39% da sua capacidade mensal de geração de receitas.

Segundo estatísticas recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apurado mensalmente pela Secretaria do Trabalho, de março a outubro deste ano, foram eliminados 469,4 mil postos de trabalho formal no setor – o equivalente a um encolhimento de 12,9% da força de trabalho do setor. Na média de todos os setores da economia, a variação relativa no estoque de pessoas formalmente ocupadas cedeu 0,8%.

“Os dados de outubro mostram que teremos um longo e árduo caminho à frente para a plena recuperação dos serviços, especialmente do segmento de Turismo, que tem sido tão castigado pela pandemia. Estamos trabalhando, na Confederação, para que esse caminho seja o mais curto e o menos acidentado possível. Acreditamos que, com o início da vacinação previsto para 2021, o próximo ano será melhor”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

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